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segunda-feira, 25 de abril de 2022

LIVRO, PRESENTE DE AMIGO

"O regime militar brasileiro não foi uma ditadura de 21 anos.

Não é possível chamar de ditadura o período de 1964-1968 (até o AI-5), com toda a movimentação político-cultural que havia no País. Muito menos os anos de 1979-1985,com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições diretas para os governos estaduais.

Nos últimos anos se consolidou a versão de que os militantes da luta armada combateram a ditadura em defesa da liberdade. E que os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heroicas ações.

Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história. A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, sequestros, ataques a instalações militares e só. (acrescento eu: Guerrilha do Araguaia).

Apoio popular ? Nenhum.

Argumenta-se que não havia outro meio de resistir à ditadura a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos desses grupos existiam antes de 1964e outros foram criados pouco depois, quando ainda havia espaço democrático (basta ver a ampla atividade cultural de 1964-1968). Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político, e a simpatia pelo foquismo guevarista antecederam o AI-5 (dezembro de 1968), quando, de fato, houve o fechamento do regime.

O terrorismo desses pequenos grupos deu munição (sem trocadilho) para o terrorismo de Estado, e acabou sendo usado pela extrema direita como pretexto para justificar o injustificável: a barbárie repressiva.

A luta pela democracia foi travada politicamente pelos movimentos populares, pela defesa da anistia, no movimento estudantil e nos sindicatos. Teve em amplos setores da Igreja Católica importantes aliados, assim como entre os intelectuais que protestavam contra a censura.

Não podemos ser reféns, historicamente falando, daqueles que transformaram o antagonismo em inimigo; o espaço da política, em espaço de guerra."

Blog: Mais de cinquenta anos após o Golpe Militar, Marco Antonio Villa apresenta um estudo fundamental para quem quer entender - e questionar - as peculiaridades do regime instaurado após o golpe de 1964. "Ditadura à Brasileira " - 432 páginas - Editora LeYa.

Viver é Perigoso

4 comentários:

Anônimo disse...

Perdão meu amigo, mas ler Marco A.Villa é um acinte a sua inteligência. Realmente não dá para aceitar uma análise de uma pessoa claramente tendenciosa. Mas aceitar opiniões e análises políticas escritas por certos analistas, dizem ps pseudos intelectuais é uma virtude. Mas depois que o Gilberto Gil foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, não acredito maitem “intelectuais”

Edson Riera disse...

Meu Amigo,

Não sei se por sorte, mas vivi intensamente a ditadura. Já escrevi aqui sobre isso. Sempre julguei o golpe ou interven ção de 1964, inevitável. Não tinha outro modo. Imagina que a conteceriam eleições gerais em 2 anos. DEU NO QUE DEU. a ditadura
veio com o AI-5. Os meus 5 anos de Faculdade foram terriveis (69 a 73). Partícipei de muitas reuniões às escondidas. Sempre fui criticado por ser contra a luta armada. JAMAIS aceitei trocar uma ditadura de direita por uma de esquerda. Publiquei pois achei um pensamento( no caso) parecido com o meu. Sobre o citado, concordei até com o Dillan receber o Nobel.
Zelador

Edson Riera disse...

Caso você soubesse os livros que li e tentarei ler, você ficará surpreso. Autores, temas e opiniões, com as quais não concordo. Mas sou insistente. Leio só para conhecer. Mas concordo. No Brasil, até o passado muda.

Anônimo disse...

Sem comentários....Nossos comerciais por favor.