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segunda-feira, 14 de março de 2022

RETRATO DO BRASIL




Escreveu Ricardo Kertzman - Estado de Minas

Durante alguns anos, especificamente entre 2014 e 2018, acho eu, pois não tenho certeza e não vou pesquisar para ter, o Brasil viveu sob um regime ditatorial, ou uma espécie de Estado de Exceção, onde um punhado de empresários, políticos e governantes honestos foram injusta e cruelmente perseguidos pela Justiça brasileira.

Um ex-juiz suspeito, um bando de procuradores criminosos, a CIA e o FBI se juntaram e iniciaram uma caçada humana, política e empresarial, com vias a destruir a economia e a democracia do Brasil, e os nossos maiores homens de negócio, tudo porque, um dia, acordaram de péssimo humor e resolveram botar para quebrar.

Centenas de executivos foram barbaramente torturados até confessarem propinas pagas com malas de dinheiro, coberturas triplex na praia, sítios nas montanha, vinhos raros, relógios de luxo, automóveis importados, viagens, etc., fantasiosamente listadas em planilhas com nomes e apelidos dos corruptos e corruptores.

Mega-empreiteiras, exportadores gigantescos de proteína animal, petroleiras e outros grupos apelidados 'campeões nacionais', por um partido político honestíssimo, também injustamente perseguido, sabe-se lá o porquê, de uma hora para outra devolveram, ou melhor, doaram, bilhões e bilhões de reais que nunca roubaram.

Alguns dos mais importantes empresários e políticos do Brasil foram presos injustamente e, vejam só, até confessaram crimes que nunca cometeram, tadinhos. Tudo isso para agradar, além do ex-juiz suspeito, desembargadores e ministros do STJ e STF, que ratificaram - em alguns casos, até aumentaram - as penas impostas.

Porém, como a justiça tarda, mas não falha, um belo dia, um criminoso (hacker), em conluio com setores da imprensa isenta e poderosos amigos dos corruptos - que não eram corruptos -, roubaram mensagens privadas do judiciário e, sem qualquer base legal, conseguiram, pouco a pouco, reverter as condenações absurdas.

Daí, não mais que de repente, ministros do STF, em surto de clarividência, começaram a rever suas decisões e, bingo!, um a um os corruptos, confessos ou não, que nunca foram corruptos, começaram a ter suas prisões revogadas e suas sentenças anuladas, ainda que jamais tenham sido declarados inocentes das acusações falsas.

Porém, quando tudo ainda parecia um pouco lento e injusto, um presidente da República, pretensamente eleito para impedir que a impunidade, digo justiça, vingasse, começou a nomear, para cargos específicos, homens probos da lei que, finalmente, dizimaram a famigerada Operação Lava Jato, aquela fantasia dos homens maus da lei.

Assim, hoje temos um ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) livre, leve e solto, inclusive para se tornar presidente da República, desde que, claro, vença o patriarca do clã das rachadinhas (confessadas pelo operador do família!!) que, aliás, em breve, também será inocentado ou engavetado 'forever'.

Dica: Wellington Etrusco

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Há poucos meses o Brasil perguntava cadê o Queiroz operador do clã? Estava em Atibaia. Sempre Atibaia. Agora? livre e solto no Rio fazendo articulações para ser candidato a dep. federal com apoio da famíglia e do Flavinho. Vai tentar um desaforo privilegiado já que o protetor chefe corre o risco de se dar mal.