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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

NÃO SABIA


Na segunda semana de fevereiro, os ucranianos tiveram dificuldade de acessar inúmeros sistemas bancários no país. Estava começando, ali, o maior ataque DD0S de sua história. Robôs fingem ser pessoas aos milhões tentando acessar sites e apps.

O resultado é que, sobrecarregados, os servidores ficam lentos e caem.  

O que estamos assistindo naquele país, desde a madrugada de ontem, não é apenas à primeira guerra de conquista em solo europeu desde que Adolf Hitler invadiu a Polônia em 1939. É também a primeira guerra figital, física e digital.

O objetivo de uma guerra digital é desestabilizar a infraestrutura de um país nos momentos anteriores à invasão com tanques.

Desde janeiro, circula nas empresas de eletricidade do país uma série de malwares do tipo wiper, espécie de vírus que apaga o conteúdo dos discos. A apreensão é imensa. Por duas vezes, ataques das unidades digitais do exército russo deixaram centenas de milhares de ucranianos sem luz.

Na industrial digital, a Ucrânia não é qualquer país. É a número um global em terceirização de serviços de TI. Todas as gigantes do Vale do Silício dependem de pessoas que vivem lá. Mais de cem, das 500 maiores companhias do ranking da "Fortune", também dependem.

No país, o número de profissionais altamente especializados que trabalham para empresas de fora passa de duzentos mil. É gente que conhece nanotecnologia, blockchain, inteligência artificial e designs de games.

Estas pessoas, nos próximos dias, estarão preocupadas em encontrar comida, buscar abrigo e, se der, fugir do país.

É impossível a economia digital do mundo não ser afetada.

O mundo mudou.

Pedro Doria

Viver é Perigoso

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