Gaúcho de 1895. Jornalista, escritor e pioneiro do humor político brasileiro. Lembrando, que o falso título Barão de Itararé foi em homenagem a batalha que nunca aconteceu.
Bom de ler "Entre sem Bater" - A vida de Apparício Torelly - Cláudio Figueiredo - Editora Casa da Palavra (480 páginas).
O jornalista Cláudio Figueiredo descreve a trajetória deste jovem que jogava sinuca com Villa-Lobos, almoçava em pensões baratas com Candido Portinari, foi colega de cela de Guimarães Rosa e amigo e inimigo de Getúlio Vargas. Uma narrativa que retrata meio século do cotidiano brasileiro através dos olhos e passos surpreendentes de um dos maiores humoristas da história do país.
Penso que quase todos sabem da história do "entre sem bater":
Em 1934, fundou o Jornal do Povo. Nos dez dias em que durou, o jornal publicou em fascículos a história de João Cândido, um dos marinheiros da Revolta da Chibata, de 1910. Em represália, o barão foi sequestrado e espancado por oficiais da Marinha, até hoje, nunca identificados. Depois desse episódio, voltou à redação do jornal e colocou uma placa na porta onde se lia: "Entre sem bater", mantendo o seu espírito humorístico.
São do Barão as frases que se tornaram célebres:
“Os vivos são e serão sempre, cada vez mais, governados pelos mais vivos.”
" Devo tanto que, se eu chamar alguém de "meu bem" o banco toma! "
“Todo homem que se vende recebe muito mais do que vale.”
“Queres conhecer o Inácio, coloca-o num palácio.”
“O pão do pobre quando cai no chão é sempre do lado da manteiga.”
“Quando o queijo e a goiabada estão na mesa do pobre devemos desconfiar dos três; do queijo, da goiabada e do pobre.”
“O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.”
“O advogado é um cavalheiro que põe os nossos bens a salvo dos nossos inimigos e os guarda para si.”
“O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.”
Torelly, tomou o barco no Rio de Janeiro em 27 de novembro de 1971.
Viver é Perigoso
Um comentário:
a mais emblemática é do voto secreto. bateu outro dia na porta uma pesquisadora. perguntou sobre o trabalho do prefeito, possíveis candidatos para outubro e quem não votaria de jeito nenhum. dei o nome aliás muito conhecido ex. se tivesse que dizer que já votei nele......
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