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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

ARRANJO MÁGICO



Uma unanimidade: "Boate Azul"

Afirmam em Manduri que a música foi composta pelo manduriense Benedito Simão da Costa, o Naraí e não pelos autores que constam como oficiais (Benedito Onofre Seviero e Aparecido Tomás de Oliveira). Seria de 1963.

Naraí, que fez parte do conjunto Os Amantes do Luar, teria mostrado a canção a um executivo de uma gravadora da capital, que demonstrou interesse em comprá-la. Eram tempos de labuta e o músico aceitou abrir mão da autoria em troca de uma pequena compensação financeira.

Já o músico Marcelo Enrique Cabral, que tocou com Naraí no Carnaval de 1993, defende outra versão. Segundo o guitarrista, a letra da música teria sido feita pelo também compositor manduriense João Fordinho. Naraí teria se encarregado apenas da melodia e de posteriormente vender a composição a preço de banana em São Paulo.

Embora continue na liderança dos karaokês país afora, em Manduri e região “Boate Azul” continua associada à figura de Naraí. E defender seu legado – assim como o de Fordinho – faz parte do cotidiano do manduriense. A música foi entoada por parentes e amigos durante o enterro do cantor, que morreu em outubro de 2000.

Durante uma apresentação em Bernardino de Campos, os companheiros de banda perceberam que havia algo errado com o ritmo. Pensaram, a princípio, que se tratava de mais uma brincadeira do parceiro, que costumava acertar com força os pratos durante o intervalo dos shows só para dar um susto no público.

Naraí, no entanto, havia desabado sobre os tambores. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O homem que passou a vida cantando a dor do amor e as desventuras do coração foi calado por um infarto fulminante.

Em tempo, "Boate Azul" (1963) foi censurada pela ditadura e só foi gravada pela dupla Joaquim & Manoel em 1981.

Viver é Perigoso

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