O episódio se tornou um tabu nas últimas décadas. Proibido de se mencionar sob pena de processos.
Aconteceu agora. O Rei Roberto Carlos falou sobre o acidente acontecido no dia 26 de junho de 1947, em Cachoeiro do Itapemirim. RC, hoje com 80 anos de idade, estava na ocasião com seis anos.
Era dia de festa em Cachoeiro de Itapemirim, com a bandinha da cidade tocando e crianças correndo pelas ruas. O trem vem vindo, apitando, e surge um menino na frente. O apito, e na multidão um grito, o sangue no linho branco, a paz de quem carregava, em seus braços quem chorava, e no céu ainda olhava. O menino Roberto foi atendido pelo médico Romildo Coelho.
Roberto contou que com 13/ 14 anos ele não tinha nem uma prótese na perna. Era aquela calça com alfinetinho e a muleta. Ele ia para o colégio, brincava.
Depois, o pai dele ouviu falar que no Rio havia um médico que fazia prótese. Ele foi lá com o pai, mas não deu em nada. No terceiro hospital que eles foram, ouviram falar de um médico alemão. O fato é que o cara era um craque. O alemão construiu uma prótese para o Roberto.
Ele contou que saiu correndo, tropeçando, foi correndo pela praia. No dia seguinte, ele foi a um baile e dançou a noite inteira.
Encarar o acontecido foi um passo adiante.
Viver é Perigoso
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