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domingo, 16 de maio de 2021

DESCONSTRUÇÃO NACIONAL


Tragédia, destruição, fechamento de portas. Assim definiram diversos reitores a situação das universidades federais na semana que passou. 

Na nossa Escola, ninguém, publicamente reclamou de governo federal e pensando bem (ou mal), nem podem.

Escreveu hoje a jornalista Renata Cafardo:

E até o ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, pediu ajuda – não às claras, mas em ofício ao colega Paulo Guedes, obtido pela repórter Júlia Marques, do Estadão. Avisou que os cortes de verbas inviabilizam “a realização de diversas políticas estratégicas para a melhoria da educação no País”. 

Incrível, o próprio MEC insiste em negar oficialmente, mas o documento mostra que não há dinheiro para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano. A prova é a mais importante do País e esperada por cerca de 6 milhões de jovens em busca de um lugar na faculdade.

Também não há para bolsas de pesquisa ou auxílio estudantil para quem já conseguiu um lugar no ensino superior. O ofício diz ainda que o “funcionamento geral” das universidades federais vai ficar comprometido se as verbas não forem desbloqueadas.

O MEC sofre este ano uma redução de recursos sem precedentes. O pastor Ribeiro clama a Guedes desbloqueio de R$ 2,7 bilhões e mais R$ 2,6 bilhões. O orçamento das federais, por exemplo, foi aprovado por Bolsonaro com corte de R$ 1 bilhão e houve ainda mais dois bloqueios de verbas.

Hoje, o valor livre que pode ser usado pelas 69 instituições é equivalente ao que havia em 2004. Naquela época, só existiam 51 federais.

Uma universidade não é só aula. O ensino de disciplinas teóricas está sendo feito online, mas isso não é desculpa para redução drástica no orçamento. Nos últimos anos, as federais dobraram de tamanho. Aumentaram em estrutura e em alunos, abrindo espaço para estudantes mais pobres.

Depois de 2015, o dinheiro para as universidades já começou a diminuir, mas nada como se viu durante o governo Bolsonaro – que traz junto ataques ideológicos e políticos. E, pior, no ano da pandemia, quando o Brasil mais precisa de educação e ciência. Os efeitos no curto prazo são claros. No médio e longo prazos, é o desenvolvimento de um país que vai escorrendo pelo ralo.

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Pelo menos....