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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

REPETIÇÃO DA HISTÓRIA


Os últimos acontecimento me levaram a folhear o livro lido em agosto de 2010. É a vida...

Fordlândia - Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva - Editira Rocco - 399 páginas.

Em 1927, o governo do Pará cedeu a Henry Ford um milhão de hectares para o plantio de seringueiras. 

Ford tinha a intenção de tornar Fordlândia o polo fornecedor de látex aos seus empreendimentos, já que o material era necessário a confecção de pneus para seus automóveis. Até então, as empresas de Ford eram dependentes da borracha produzida na Malásia, na época colônia britânica. Os termos da concessão isentavam a Companhia Ford do pagamento de qualquer taxa de exportação de borracha, látex, pele, couro, petróleo, sementes, madeira e outros bens produzidos na gleba.

Foi escolhido para sediar o projeto o vale do Rio Tapajós e  lá fundadas duas cidades com a estrutura completa de towns americanas: Fordlândia, em 1928, e Belterra, em 1934.

O projeto utópico que durou 18 anos, foi oficialmente encerrado em 24 de dezembro de 1945, com acordo entre a Ford e o governo federal. A Ford foi indenizada em aproximadamente US$ 250 000, depois de ter investido na região milhões de dólares.

Ficaram na posse do governo brasileiro, seis escolas (quatro em Belterra e duas em Fordlândia); dois hospitais; estações de captação, tratamento e distribuição de água nas duas cidades; usinas de força; mais de 70 quilômetros de estradas; dois portos fluviais; estação de rádio e telefonia; duas mil casas para trabalhadores; trinta galpões; centros de análise de doenças e autópsias; duas unidades de beneficiamento de látex; vilas de casas para a administração; departamento de pesquisa e análise de solo; plantação de 1 900 000 seringueiras em Fordlândia e 3 200 000 em Belterra.

O governo brasileiro assumiu as obrigações trabalhistas dos trabalhadores remanescentes.

Interessante: Com o passar do tempo, os empregados ficaram insatisfeitos com regras que, na época, eram muito novas para os trabalhadores da região, como sirenes, relógios de ponto e regras de comportamento. Recebiam uma alimentação típica norte-americana e comandados num estilo a que não estavam habituados, o que causava conflitos e baixa produtividade. Em 1930, os trabalhadores locais se revoltaram - no refeitório em uma ação conhecida como quebra-panelas - contra gerentes truculentos, que tiveram que se esconder na selva amazônica até o exército brasileiro intervir e restabelecer a ordem.

Curiosidade: Walt Disney visitou Fordlândia em 1941 para fazer um documentário.

Viver é Perigoso

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