A crise é totalitária - afeta tudo - terá efeitos prolongados e, portanto, nos obriga a repensar tudo, em todas as esferas.
Na pessoal, claro: papéis familiares que devem ser redefinidos e reacomodados à velocidade da luz, compactados em uma nova dimensão.
No profissional, evidentemente: um imenso esforço em digitalização e eficiência remotas; a engenhosidade de cada um para redirecionar, revitalizar atividades paralisadas ou corroídas pela crise do vírus.
E, como não, na vida pública, o papel dos Governos e do mercado.
O mundo entrou em coma e a respiração assistida —de doentes humanos, de empresas em crise, de milhões de pessoas em dificuldades financeiras— só pode ser propiciada pelo conglomerado de instituições públicas.
As administrações públicas são o pilar da salvação nas duas frentes: a econômica e a da saúde. Nos dois casos, a ação de agora determinará nosso futuro em múltiplos aspectos.
Na frente da saúde, o objetivo é proteger a vida dos cidadãos e o reforço das estruturas hospitalares.
Na frente econômica, o objetivo é evitar uma depressão brutal. Para isso, é necessário injetar dinheiro na economia para, antes de tudo, preservar empregos e a capacidade produtiva e, quando isso não for possível, apoiar os desamparados. Isso exigirá uma brutal acumulação de dívida pública para compensar o colapso do faturamento privado.
Encontrar o equilíbrio ideal nesse cenário é um dos maiores desafios que a humanidade enfrentou até hoje.
“o preço da hesitação pode ser irreversível”.
Andrea Rizzi - El País
Viver é Perigoso
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