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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

FAKE NEWS DE 1945


Uma Fake News aconteceu na eleição presidencial de 1945. O brigadeiro Eduardo Gomes, da UDN e favorito na disputa, deu uma pisada de bola e os adversários deram uma enfeitada na jogada e o brigadeiro foi derrotado pelo Eurico Gaspar Dutra (PSD).

A duas semanas das eleições presidenciais, o brigadeiro Eduardo Gomes, num ato no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, quando discursava para a elite carioca, agride os eleitores de Dutra ao dizer que dispensa o voto da “malta de desocupados que andam por aí”.

No dia seguinte, o empresário Hugo Borghi (ligado ao Dutra), dono de 150 emissoras de rádio, transmitiria para todos os cantos do país sua interpretação do discurso do brigadeiro. Pinçando no dicionário a definição de “malta” como “turma de trabalhadores que comem em marmita”, Borghi carimbou a ideia de que o candidato desprezava o voto dos “marmiteiros” e do povo humilde.

Procurado por um jornalista, a reação do Brigadeiro acabou de enterrar a sua candidatura. Disse ele:

- Marmiteiros? Mas o que é isso? 

Foi outro tiro no pé. Pelo visto, o brigadeiro não sabia nem o que era uma marmita. E mais: menosprezou a importância da notícia, dizendo que não passava de uma tolice.

Foi um rastilho de pólvora que em 15 dias consumiria a pouca simpatia que os trabalhadores tinham pelo candidato udenista. As ruas se encheram de folhetos de apoio aos marmiteiros.

Nos comícios dos candidatos do PTB, os trabalhadores levavam suas marmitas de alumínio e batiam nelas com talheres.

O jornalista Carlos Lacerda ainda tentou alertar Eduardo Gomes de que o barco fazia água, mas o brigadeiro não lhe deu ouvidos.

Dias depois, o ex-presidente Getúlio Vargas (PTB) apoiaria oficialmente a candidatura do candidato do PSD, Eurico Gaspar Dutra. 

Foi a pá de cal na campanha udenista, que acabaria perdendo a eleição por grande diferença.

Viver é Perigoso

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