Chega um momento em que um duro Ato Institucional é inevitável. Ou alguém teria outra saída ?
A violência no Chile atinge níveis inéditos, e o mundo político não alcança consensos que levem a uma saída após 41 dias de crise.
Depois da convocação de greve geral feita pela Unidade Social – que coordena 200 organizações sindicais, populares, estudantis e de profissionais da saúde –, vários grupos violentos tomaram diversas cidades do país na noite de terça-feira.
Houve pelo menos 99 focos de graves incidentes e pelo menos 915 pessoas foram detidas, segundo dados do Ministério do Interior, numa das jornadas mais violentas desde a eclosão dos protestos em 18 de outubro.
O Ministério Público investiga a morte de 26 manifestantes, sendo cinco com envolvimento de agentes do Estado. O Instituto Nacional de Direitos Humanos, um organismo independente e público, contabilizou 2.808 cidadãos feridos que precisaram ser hospitalizados. O governo informou que 2.210 carabineiros e policiais ficaram feridos – incluindo 57 a bala e 45 queimados por coquetéis molotov –, e que 188 delegacias e 971 veículos policiais foram atacados.
Foram detidas durante o toque de recolher, entre o início da crise e a última segunda-feira 18.552 pessoas (dos quais pelo menos 1.156 sob prisão preventiva).
O metrô de Santiago foi vítima de vandalismo sem precedentes, estações e trens foram incendiados. As estimativas mais recentes falam em 370 milhões de dólares em prejuízos.
A Câmara de Comércio de Santiago estima as perdas pela destruição, a pilhagem e as quedas de vendas em mais de 1,4 bilhão de dólares.
As soluções que a classe política ofereceu até agora, como medidas sociais e uma nova Constituição, não parecem suficientes para deter a violência.
“Chegou o momento de dizer basta!”, afirmou o presidente Sebastián Piñera na noite de ontem (quarta-feira) no Palácio de la Moneda.
Viver é Perigoso
4 comentários:
O basta deveria ter sido dado a algum tempo atrás...
Quando 80% dos aposentados começaram a receber menos de um salário mínimo...
Quando os filhos da classe média não tinham mais condições de frequentar uma universidade...
Quando 1% dos mais ricos ficaram com 30% da riqueza...
Quando os pobres começaram a gastar mais de 30% da renda com transporte...
Quando os bancos começaram a distribuir dividendos milionários (fundos de previdência) para os acionista enquanto os aposentados começaram a cometer suicídio...
etc...
Brasil vai no mesmo caminho com a política do Paulo "Pinochet" Guedes!
Colega que mora no Chile (ai, meu Deus)!
Colega que mora no Chile
Até a esquerda assustada.
O Grupo de Puebla, nova denominação do Foro de São Paulo, cancelou seu encontro nacional no Chile, devido à ausência de “estabilidade política”.
O remédio para o Brasil é o mesmo, porém cuidando e ajustando a dosagem e por tempo limitado. É o que penso.
Zelador
Caro Zelador,
Todos estão assustados. A esquerda, o pessoal do meio ambiente, o da libertadores, etc.
Eu também estou. Quero voltar para casa. O medo é começar aí também!
O medo vem do fato dos protestos não serem coisas de esquerdistas, apesar de haver infiltrados, dos dois lados (esquerda e direita).
O medo e grande risco é que eles espontâneos, vem da revolta contra o sistema "exemplo" ou vendido pelo sistema financeiro como exemplo. E você sente isto quando conversa com as pessoas aqui.
colega que mora, por enquanto, no Chile.
Colega que mora no Chile -
Realmente preocupante. Não creio que os brasileiros cheguem ao ponto de se manifestarem com violência. E isso não é porque somos bons.
Muito cuidado por aí.
Tenho uma grande admiração pelo Chile e pelos chilenos. O golpe que derrubou o Allende aconteceu no dia do meu casamento, em 1973. Tive grandes amigos chilenos que vieram para o Brasil na ocasião. Falávamos muito sobre isso.
Abraço
Zelador
Postar um comentário