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quinta-feira, 7 de março de 2019

DEU NO "O GLOBO" EM 16.05.1966 - HÁ 53 ANOS


Tomou o barco ontem em Itajubá, às 02:45 horas da madrugada, Venceslau Braz. Desaparece assim o último chefe do Governo Federal da Primeira República. 

Governou o País num dos períodos mais difíceis da nossa história.

A primeira Grande Guerra fazia sentir suas consequências em todos os quadrantes do mundo. Mas hasteando a bandeira da austeridade, soube enfrentar a situação fazendo sobretudo, grandes economias. 

Sua primeira preocupação foi equilibrar o Orçamento da República, para o que chegou mesmo a criar impostos sobre todos os vencimentos, inclusive dos militares, dos juízes e do próprio Chefe do Governo. Suspendeu, como medida complementar, todas as nomeações e mandou agrupar num "quadro de adidos" os excedentes das diversas carreiras do funcionalismo que eram paulatinamente aproveitados, à proporção que vagavam os cargos nos quadros efetivos. 

Ganhava ele, como Presidente, apenas 20 mil cruzeiros mensais. Pagava impostos sobre os seus vencimentos e todas as suas despesas pessoais no Palácio, como ordenados de arrumadeiras, de cozinheiras, além dos gastos de representação, despesas que muitas vezes, conforme dizia, completava com dinheiro do próprio bolso.
Para se ter uma ideia do que foi essa época de poupança dos dinheiros públicos, basta lembrar que no Governo Venceslau, a Presidência da República dispunha tão somente de dois carros oficiais.
Sabe-se que mesmo a esposa do Presidente utilizava carros particulares parra atender a compromissos de primeira dama do País.

Venceslau Brás, tomou posse na presidência com 46 anos e idade. Deixou-a, no final do seu mandato aos 50 anos e também a política.

Disse ele: "Depois de ser Presidente da República, um homem não deve esperar mais nada da vida pública. Entrei na presidência de cabelos pretos e saio, com eles brancos." 

Viver é Perigoso

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