Meninos e Meninas, nós vivemos. Uma geração privilegiada.
Na música, vimos a explosão do rock, os Beatles influenciando o mundo, hippies, amor relativamente livre, Chico Buarque e Caetano ainda fazendo músicas, Roberto Carlos emocionando, Frank Sinatra encantando.
Assistimos o culto ao trabalhista Getúlio Vargas e sua partida abrupta. Carlos Lacerda balançando o país com seus discursos e o conterrâneo jeitoso Juscelino levando os políticos para o planalto central, pelo menos, de terça até quinta.
Jânio prometendo nos livrar dos corruptos com sua vassoura e doidice. O populista Jango cercado de comunistas (ainda existiam) e a esperada e ansiada por todos, família e igreja, intervenção militar. Os militares, na ocasião foram aplaudidos de pé.
Quatro anos acertando, mais ou menos, a casa. Gostaram do poder e foram ficando. Em 1968, os estudantes (sim, existiam e participavam ativamente da vida nacional através da UNE), começaram a se sentir incomodados e botar a boca no trombone. Alguns, por ideologia comunista, vinda de livros, filmes e notícias do exterior, formaram grupos e parte mais radical optou pela luta armada. Poucos queriam o retorno simples da democracia plena. Muitos, que inclusive estão por aí - alguns na cadeia por corrupção - buscavam simplesmente o poder, ou seja, a ditadura de esquerda.
Guerra urbana e guerrilha rural, esquerda comunista cubana, russa e chinesa. E tome repressão.
O cidadão comum, vibrava com a seleção, com as novelas, TV à cores, empregos, relógio seiko e fusquinha. A mocidade rebelde, experimentando drogas leves, de calça Lee ou Levis, namoros mais ousados e caronas nas estradas. Bom ler semanalmente o Pasquim, lançado em 1969.
Sobreviveu-se ao General Médici e ainda por via indireta, ao sério Geisel e ao estabanado, mas assessorado, General Figuiredo. Leves, democráticas e forçadas brisas da democracia começam a ser percebidas.
Campanha "Diretas Já" ocupando as ruas. Tristeza com a partida antecipada do Tancredo Neves, decepção total com o Sarney. Esperança absurda com o estranho Fernando Collor e o seu escudeiro financeiro PC Farias.
Marasmo com o Itamar com a volta do fusquinha e a ausência de calcinha.
Bons e maus momentos com o Fernando Henrique. Definição de rumos e equilíbrio da moeda.
Era PT, chegando à toda surfando nas ondas da economia equilibrada e a aceleração do mercado mundial. Ideias boas com a preocupação com o social. De novo, a descoberta do gosto pelo bem bom. Sindicalistas ocupando a direção de empresas e órgãos importantes. Apoios comprados junto aos políticos.
Uma hora a conta tinha que ser paga. Esfacelaram a moral de País, liquidaram a confiança na classe política. A televisão invadiu os lares com apologias absurdas e com noticiário dirigido.
Desemprego em massa. Violência e tráfico nas manchetes. Saúde de primeira para quem tem condições.
Tudo bem, considerando a revolução tecnológica, mas estamos entregando para as outras gerações um País bem pior do que recebemos.
Sem falar do chamado "universitário sertanejo", funks e pagodes mal letrados.
Hora de reconstrução nacional e sepultamento definitivo daqueles que traíram a confiança do povo. Hora de mudanças. Não só de governadores e presidente, mas principalmente dos deputados e senadores que se aboletaram nos gabinetes e votam sempre de acordo com os seus interesses.
Tarefa dificílima, da qual a privilegiada geração Baby Boomer tem a obrigação de iniciar e participar, mesmo sem a perspectiva de usufruir, uma vez que há muito por fazer e o tempo é curto.
Como plantar uma árvore na beira do caminho, que levará anos para proporcionar sombra para os caminhantes. Quer dizer, para os que virão depois.
É o mínimo.
Viver é Perigoso
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