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sexta-feira, 22 de junho de 2018

CHANEL


Maison Chanel, conhecida pelo perfume Chanel nº 5 e por suas bolsas, rompeu um silêncio e divulgou pela primeira vez seus resultados financeiros.

A companhia de moda anunciou uma receita de US$ 9,6 bilhões em 2017. O lucro operacional foi de quase R$ 2,7 bilhões.

Criada em 1910 pela estilista e empresária Gabrielle “Coco” Chanel, a empresa foi adquirida pela família Wertheimer em 1924

A estilista revolucionou a moda com um estilo elegante e esportivo. Desde 1983 o estilista alemão Karls Lagerfeld está à frente da direção artística da casa de moda.
 
Eternos tornaram-se o “pretinho”- vestido reto, simples, num bom tecido de cor preta que, como ensinou Chanel, é a elegância em qualquer situação – e seu Chanel nº 5, até hoje o perfume mais vendido em todo o mundo. Que também disse a verdade:
“Há pessoas que têm dinheiro e pessoas que são ricas.”

Ainda adolescente conheci Chanel. Não a Coco, mas o perfume através da frase mágica da Marilyn Monroe, conhecida por todo o planeta. Em resposta a um jornalista que quis saber o que ela usava para dormir, disse: "apenas duas gotinhas de Chanel nº 5". Uma obra prima na publicidade.

Sou péssimo para guardar e ligar fragrância de perfume com nome, rótulos. Lembro-me de cheiros com momentos, com lugares. Admito, acanhadamente, que não conseguiria identificar o nome de qualquer perfume.

Gosto, como todos, de sentir o aroma de perfume nas mulheres. Mas aprecio aqueles que chegam bem depois das pessoa. Melhor ainda, aqueles que permanecem discretamente após sua retirada ou passagem.

Tinha oito ou nove anos quando fui numa inesquecível excursão de trem, com os colegas do Grupo Escolar à São Lourenço. Devo ter dormido na volta e quando me dei conta estava com a cabeça encostada no banco de madeira e me sentindo nas nuvens. A professora havia dobrado e colocado o seu Ban-Lon como um improvisado travesseiro. O perfume, que nunca soube o nome, nunca esqueci.

Anos e anos depois na loja do Mappin, em São Paulo, reencontrei com o perfume. Só estavam uma freira e eu no elevador.

Esqueci o que iria comprar e passei a seguir a simpática freirinha aguardando uma oportunidade para perguntar-lhe o nome. Não dela, mas do delicado perfume que usava. Saímos da loja e atravessamos o Viaduto do Chá e eu sem coragem de abordá-la. Chegamos na Praça do Patriarca e ela desapareceu a caminho do Metrô.

Foi a última vez que nos encontramos. Eu e o perfume, é claro.

Viver é Perigoso 

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