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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

RASGA SEDA


Em 1973, em comemoração ao Centenário da nossa Escola, esteve em Itajubá o "democrata" Presidente da República, Emílio Garrastazú Médici. Entre outros, participou também da comitiva  o General Figueiredo, futuro Presidente.
Estava cursando o último ano de eletricidade e como tantos outros companheiros com posição política, mais ou menos definida, recebemos, oficialmente, a recomendação de nos manter distante dos eventos programados. Assim aconteceu.
Foi oferecido um almoço no Clube Itajubense aos ilustres e temidos visitantes.
Contava-se, à boca pequena, que até então, nunca se tinha ouvido na terrinha tanta rasgação de seda. Uma autoridade local chegou a mencionar, com detalhes, atos de bravura dos generais presentes acontecidos na 2ª Guerra Mundial, quando do desembarque dos aliados na Normandia e na retomada de Paris. 
Registre-se que nenhum dos homenageados chegou a estar por lá.
Um vereador da época teve a ousadia de propor uma Moção Congratulatória ao General Médici, no que foi prontamente desestimulado pelos assessores do Presidente. Era demais. 
Ontem, de forma paralela, ouvi grande parte da sessão da Câmara de Vereadores.
Excetuando os quatro vereadores independentes, a seda foi rasgada com cachimônia. Citações favoráveis pelo o que ainda irá fazer, pedidos de desculpas por erros que ainda poderão cometer, loas,  loas e loas foram entoadas ao Sr. Chefe do Executivo. 
Até mesmo o afável líder norte-coreano Kim Jong-un, caso objeto de tantas vênias, ficaria corado.

Estamos lascados.

Viver é Perigoso
    
   

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