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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA


Aconteceu, certa vez, em um pequena cidade do interior. Há muitos anos atrás, época que ainda não existia internet e telefone celular.
Tempo em que as cartas eram datilografadas, encaminhadas para o Xerox e distribuídas. Sempre nas altas madrugadas. Deviam chegar quentinhas nas mãos dos habitantes logo aos primeiros raios de sol. As desinformações contidas eram terríveis.

Naquele tempo, pesquisas eleitorais não eram feitas. Tudo seguia no puro sentimento.

Numa daquelas últimas eleições, um grupo de estudantes, faltando uns 10 dias para o pleito, resolveu fazer um estudo sobre o tema. Aconteceu na "República Democrática", localizada, estrategicamente, nas proximidades do Colégio da Irmãs.

Disputavam a eleição dois candidatos. O candidato X, um Senhor, buscava a reeleição. Riquíssimo e poderoso. Era desafiado por um outro Senhor, o candidato Y, dotado de parcos recursos materiais, porém com uma enorme bagagem de atendimento ao pessoal carente. Era da área da saúde.

Os estatísticos amadores, calcularam em 54.000 o número de votos válidos na pequena cidade. 

Primeiramente, entre eles mesmos, estimaram, face ao desgaste, etc, em 45% o índice de rejeição do candidato X. Basearam-se em informações chegadas de outras regiões do país. Concluíram, amadoristicamente, que 24.300 eleitores não votariam, em qualquer hipótese, no candidato.  Sobrariam ainda a sua disposição, 29.700 votos.
O candidato Y, mais resguardado de desgastes políticos, teria uma rejeição de 20%, ou sejam, 10.800 eleitores não votariam nele de modo algum. Teria ainda a sua disposição, cerca de 43.000 votos.
Fizeram uma outra consulta interna entre os seus colegas, verbalmente, é claro. 
Cerca de 35% deles cravaram, a viva voz, o nome do candidato X, como de sua preferência, o que daria algo em torno de 20.000 votos para o candidato. 
Para o candidato  Y coube 25% de preferência, dando cerca de 15.000 votos.

Num correr rápido de olhos, notaram o silêncio de alguns colegas, imediatamente, enquadrados com indecisos. Estimados em quase 20%, o que proporcionaria, mais ou menos, 11.000 votos.

E aí ?
Uma rodada de cerveja, devidamente acompanhada de uma travessa de pastel de milho, suspendeu a reunião.

Viver é Perigoso 
  

Um comentário:

Anônimo disse...

O candidato com mais votos, sempre tem a maior rejeição.
Eventual vitória do Dr. Ricardo não passa por isso.
Ele vai ter que ganhar por meritos próprios, ou seja, não pode contar que a rejeição de Rodrigo - por si só - lhe trará o cargo