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sábado, 27 de junho de 2015

SINAIS DOS TEMPOS

 
Aos domingos era sagrada a visita a minha Avó, Dona Maria Virgínia. Morou sempre no Morro Chic, na última casa da Rua Quintino Bocaiúva.
Não faltava os losangos de doce de leite com côco, formatados sobre o granito da pia e na saída, a leitura de um versículo da Biblia, sábios conselhos e uma curta e direta oração, agradecendo a vida e pedindo orientação de Deus.
Entre um docinho e outro comentavam-se os últimos acontecimentos da cidade, do país e do mundo.
Face aos tímidos acontecimentos de então, a Dona Virgínia comentava:
Meu filho, estamos assistindo o final dos tempos.
Tenho dificuldades de imaginar qual seria o comentário da minha Avó nos dias de hoje.
Princípios básicos nos foram ensinados e são inegociáveis. Independem de evolução ou involução. Um deles, dentre outros considerados pétreos, é respeitar a opinião dos outros.
Outro deles é lutar para que o nosso pensamento e posição também seja respeitado.
Tenho procurado segui-los.
Não tem sido fácil. De uma coisa tenho certeza: Mesmo hoje, os nossos pontos de vista seriam convergentes.  

Viver é Perigoso

3 comentários:

marcos.caravalho disse...

Por falar em Morro Chic, nesse departamento, a Boa Vista perde: seu amado rincão, seu Zé, não tem Padaria Morro Chic.

Passei por lá - por acaso - há pouco tempo, moro longe dali.
Lembrei-me de uma dica, acho que sua, aqui nesse Blog.
Parei, entrei e pronto: fui fisgado.
Gadinho do pelo fino, aquilo lá (pecuarês de SRC).
Última das padarias que faziam "pão-pães" de verdade, aqui em Itajubá.
Bate até a nunca assaz lembrada e saudada Padaria do Clélio, que existiu aqui perto de casa nos anos 70 (80 ??). Fornecia, acho, os pães vendidos naquela época no Cafézinho do João.

Sua dica estava certérrima.
Vá fazer pão bom assim lá na barra do Xorroxó.
Preso à nova escravidão tenho, agora, que bater ponto lá duas, três vezes por semana.
Pães às mãos cheias, mesmo tendo que enfrentar as inevitáveis filas vespertinas.

A Boa Vista perdeu, mas para um time bão, seu Zé.
Não lamente.
Abraços agradecidos pela dica

Unknown disse...

Saudade dos bons tempos.Da Comadre Virginia e do Compadre Pio. Das reuniões dos nove irmãos na casa da Vó Terça e Vô Jaime todas as noites. Do trem da noite que vinha pela Boa Vista, de Pouso Alegre, "bufando", e todos nós,os primos, encostados na parede, vendo o trem passar. Saudade dos passeios na GMC azul marinho até o sitio da Tia Guiomar no São João. Os tempos se foram, mas as recordações enchem nossos dias de prazer e emoção. Um grande abraço Zézinho vc e seus irmãos foram criados à luz da bíblia e com conselhos sábios e por isso são grandes pessoas.

Anônimo disse...

Eu entendi Zé, colorido não.Melhor branco e preto. Vida louca...CALLLAAAADDDO.É melhor.