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sábado, 17 de janeiro de 2015

CARTA QUE (AINDA) NÃO RECEBI

17/01/15
 
Meu Caro,
 
"...Agora, o que não dá para aceitar, de jeito nenhum, é uma pessoa que não sabe, minimamente, escrever. E não estou falando de erros bobos cometidos por todos nós e totalmente aceitáveis.
Enfim, estou falando de N antes de P e B, de nome próprio com letra minúscula e de verbo que não acompanha o sujeito. Eu até queria relevar seu estado ANCIOSO, o MENAS, o ESTEJE e o SEJE que você soltou. Eu poderia tolerar um MAIS ao invés de MAS e até algumas abreviações excessivas desta linguagem cibernética. O problema é que o seu AGENTE (e não estou falando do agente da lei) não me deu chances. Você se perdia nos porquês, no onde e no aonde. Colocava um Ç no lugar de um (ou dois) S e um S no lugar de um Z!
Quantos Rs comidos? Quantos Ls substituindo Us de forma indevida?
Eu queria muito fechar os olhos (ou os ouvidos), mas te ouvir dizendo que iria SE arrumar para sair era DE MAIS para mim. Aliás, como o seu mim conjugava verbos... Percebi que ter concluído o ensino básico, passado no vestibular e entrado para um curso superior não significava absolutamente nada, ortograficamente e coerentemente falando.
“Não te amo mais”, “Estou te traindo com sua melhor amiga”, “Sou um psicopata”, “você está gorda”!
Não, nada disso foi dito!
As palavras que me penetraram o ouvido, olhos e coração foram:
ENQUANDO, DENOVO, DEREPENTE, EM FIM, NÓIS, FELIS e CONCERTEZA!
Bem, eu queria fugir das frases clichês para explicar o motivo de não ter dado certo, mas preciso dizer...
O problema não é você, são seus erros de português. "
 
Magrela
 
(recorte de Luana Peres - Obvious)


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