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terça-feira, 25 de novembro de 2014

SEMENTES DO ÓDIO

Diferença fundamental entre uma simples raiva e um triste acesso de ódio.
Cansado depois de um dia de labuta, um banho reparador e um suculento prato - feito esquentado do micro-ondas, o elemento (como sempre diz a polícia) recolhe-se ao seu leito.
O esgotamento físico não o permite que derrote uma única folha do livro que tenta ler há medidos 6 meses. Corajosamente já alcançou a vigésima sexta página do total de quatrocentos e vinte de duas.
A raiva:
Com a luz apagada, o pernilongo passa zunindo em um rápido e explorador mergulho. Alerta geral.
Segundo voo, luz acesa e o sacrifício do inseto com uma certeira toalhada ainda úmida.
A raiva esvai-se.
O ódio:
Nem bem pegou no sono e os sinos, pior ainda, eletrônicos, da Igreja São José, anunciam a chegada das seis horas. Pulo da cama.
Necessidade premente de vingança. Ódio extremo ao ver na parede branquinha o gordo, ou melhor a gorda e abastecida pernilonga (só as fêmeas picam).
Questão de vida ou morte,
Azar para o relógio, para o ônibus, para o tempo.
A pesada pernilonga, com tanque cheio de sangue vermelho (a citação é válida, uma vez que na terrinha existem alguns que acreditam, pelos narizes empinados, que o possuem na cor azul), mal tem forças para um único deslocamento.
A chinelada é certeira  e violenta.
Também anda acontecendo com relação a polítca e políticos.
Raiva e ódio.
Raiva no dia a dia. Ódio somente quando sugam o sangue, o que vem acontecendo com certa frequência.
Dessa vez, o chinelo, quase sempre não usado, é o voto.
 
É a vida.

ER    

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