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sábado, 15 de novembro de 2014

É A VIDA...

Entendam. O político antigo, tradicional (idade não tem nada a ver com isso), em busca dos seus objetivos, é um ingrato nato.
No primeiro momento não parece. Mas é.
Traz para o seu aconchego e sob suas asas os seguidores fieis. Na realidade, encosta-os numa mesinha qualquer, razoavelmente remunerado.
Quanto menos se encontrarem nos quatro anos de vida comum será melhor. Não para o fiel seguidor, que se posta pelos corredores tentando provocar um encontro acidental. Receber um olhar, um aceno, um cumprimento e um antigo gracejo, é a glória.
Felicidade que chega a virar os olhinhos.
E assim vai.
Quem seriam então os merecedores de atenção e convidados para infindáveis conversas ?
Nunca os fieis escuderos. Esses já estão domados, domesticados e movidos a um simples estalar de dedos.
Os merecedores de atenção serão os adversários corretos, idealistas e atentos aos eventuais e aos programados deslizes.
São criticados, insultados aos berros entre quatro paredes. Paparicados no extremo, não em público, porque pegaria mal, mas em telefonemas fora de hora, em pequenas festas, velórios ou em encontros informais.
Seria comum ouvir nesses não sinceros encontros:
"não podemos dispensar a sua colaboração", "brilhante aquele seu posicionamento", "mudei de ideia após ouvi-lo", "precisamos conversar mais", "conto com você para as mudanças que pretendo fazer", "olhe, fique com o número do meu celular reservado e ligue a hora que quiser", "tenho planos junto com você para o futuro", "abra os olhos, fulano, sicrano e aquele outro, só querem prejudicá-lo".
E por aí vai.
Na primeira chance, quando todos imaginam que o caminho é um, poucos percebem que o caminho é outro.
Até mesmo aquele discípulo fiel que foi deixado, tão somente, com a broxa nas mãos. Atônito, não consegue nem guardar rancor. Busca respostas no destino.
E segue a vida.
 
ER     

2 comentários:

Anônimo disse...

Publicação Cavalo de Tróia, ou Denorex ?

Edson Riera disse...

Anônimo,

É a vida.

Zelador