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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

UM GRANDE BRASILEIRO

Inaugurei a minha Carteira de Trabalho numa empresa dirigida pelo Dr. Antônio Ermírio de Moraes. Tínhamos concluído o terceiro ano do curso de engenharia, quando o grande amigo, então já formado em engenharia mecânica, conseguiu estágio na Cia Brasileira de Alumínio, para os "graxeiros" Guilherme Grillo, Darly Guedes, Alaor (o petista) e para mim, então cursando eletricidade.
Fui admitido no dia 5 de janeiro de 1972, como Auxiliar Técnico na Elétrica, com salário de Cr$ 420,00 por mês. Ah! deram casa. A comida era por nossa conta.
Ficamos por lá por inesquecíveis trinta dias.
Tive a sorte de estar pessoalmente com o Dr. Antônio (como todos o chamavam) por duas vezes. A primeira quando de um incêndio em um transformador, acontecido numa madrugada de domingo. Ele foi avisado e em pouco tempo estava na fábrica (município de Mairinque).
Depois de tudo acalmado fui apresentado a ele pelo meu chefe direto, o diretor da fábrica (setor de eletricidade), Dr. Eurico (também formado em Itajubá).
O Dr. Antônio fez referências elogiosas a EFEI.
Numa segunda oportunidade, durante o mesmo estágio, e poucos dias após, por ocasião da manutenção de um gerador de emergência instalado na Beneficência Portuguesa em São Paulo.
Dr. Antônio, durante quase toda a sua vida, foi diretor do importante hospital.
Eu fui de "sapo", acompanhando o meu chefe Dr. Eurico e um experiente eletricista, todos funcionários da CBA.
Ele esteve no local durante o dia, por alguns minutos e comentou: - Você de novo ?
No final do dia, ao retornarmos para Mairinque, passamos por sua casa no Morumbi para pegar um canário do reino que ele havia dado de presente para o Dr. Eurico.
Impressionante simplicidade e presença.
Existem pessoas que, durante a vida, a gente vê por momentos e não esquece nunca.
Um grande brasileiro.

ER       

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