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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O BURRO É QUEM DISCRIMINA

Algumas das pessoas mais sábias que conheci são iletradas. E alguns dos maiores idiotas têm doutorado. Às vezes, mais de um.
Significa que os iletrados são melhores que os doutores? Não.
Então, o contrário? Também não.
O nível de escolaridade e a forma através da qual uma pessoa se expressa muitas vezes é irrelevante frente ao conteúdo que pode agregar a uma discussão.
Se ela conseguiu fazer com que os outros a entendessem, ótimo, fez-se a comunicação.
Muita gente não entendeu isso ainda e desvaloriza a opinião do outro porque este separou sujeito e predicado com vírgula. Mesquinhos, sabe? Isso quando não oprimem quem não sentou em bancos de escola.
Mas o que esperar de uma sociedade em que pipocam pessoas que desconsideram o interlocutor por não saber acertar uma concordância verbal ou conjugar um verbo?
- Meu Deus! Você não sabe flexionar o verbo “funhunhar” no futuro do subjuntivo? É um desqualificado ignorante que merece meu desprezo…
E na qual o domínio da norma culta (que, convenhamos, é um porre) é alçado à condição de passaporte para a participação nas discussões sobre o destino do mundo.
A língua é construída pela boca das pessoas no dia-a-dia e não por meia dúzia de iluminados. É dinâmica, em constante mutação e, para sobreviver, não precisa de formalismos – que são exatamente isso, construções, muitas vezes definidas pelo grupo hegemônico.
Como dizer que uma pessoa que nasceu e cresceu falando português e sempre se fez entender está errada ?
Dizer que um pescador, um vendedor ambulante, a vendedora do tabuleiro de doces, uma quilombola ou ribeirinha ou um operário da construção civil que não usem a norma culta “desconhecem a própria língua” não é uma ação pedagógica e sim um ato político.
Excludente.
Que usa uma justificativa supostamente técnica para manter do lado de fora dos debates sobre o futuro a maior parte da sociedade brasileira.
A quem interessa a manutenção desse comportamento? A quem está no poder e, muitas vezes, usa a língua como instrumento de coerção.
Que faz o restante – que não foi chamado para Grande Rega-Bofe – acreditar que política é coisa de gente culta e estudada. E, portanto, melhor eles ficarem de fora e só entrarem para para encher as taças de vinho ou trazer os canapés.
No sufrágio que se aproxima, não seja niilista: defenestre – de forma paradigmática – quem maquiavelicamente oblitera a democracia por diletantismo ou dolo. Traduzindo: dê uma banana a quem não quer que você entenda nada.

Leonardo Sakamoto - Uol

5 comentários:

Anônimo disse...

Independentemente do mérito desse texto, o Leonardo Sakamoto é um completo idiota esquerdista.
Como regra geral, seus textos são um lixo.

Anônimo disse...

Traduzindo: dê uma banana a quem não quer que você entenda nada.


Né bastião? Né ReiMarques

Anônimo disse...

O Editorial do IN está maravilhoso, parece que todos os itajubenses moram no Centro da cidade, o doutor tudo bem ai na Bahia?Precisa visitar a terrinha ta um lixo.



Pode ser, a menos que nós, que tanto gostamos do conforto de um automóvel, nos conscientizemos de que, quando formos ao Centro da cidade, não custará nada caminharmos por uma avenida, ainda que longa, moderna, bonita e tranquila, como o que promete o projeto de revitalização do Centro. Afinal, não só os pedreiros que estão “reconstruindo” a velha “Rua Nova” são os responsáveis por sua modernização. Todos nós temos que fazer a nossa parte.

Anônimo disse...

Se saber falar e escrever em português com correção não é importante, então me tira o tubo!!!

Edson Riera disse...

Anônimo,

Creio que no momento atual calar é pior do que falar errado.

Zelador