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quinta-feira, 1 de maio de 2014

CURTAS HISTÓRIAS

 
Na terrinha, no início dos anos 60 e durante um certo período, praticamente foi impossível usar e sair às ruas, com tranquilidade, roupas da cor vermelha (ainda não existia o PT).
Instalou-se na cidade uma das primeiras distribuidoras de botijões de gás. Os funcionários usavam um macacão vermelho e circulavam pelos bairros gritando " olha o gás ! ".
Uma pessoa, em qualquer local da cidade, usando o vermelho, ouvia direto e reto os gritos (anônimos", olha o gás ! olha o gás!
Certa manhã, ao cruzar a Praça Principal, uma fina senhora da sociedade, trajando uma vistosa blusa cor "Ferrari", julgou ouvir de um grupo de estudantes da Escola de Engenharia aboletados em um banco, o famigerado "olha o gás".
Não titubeou. Voltando-se desferiu com toda a gentileza e classe:
"Olha o gás" é a PQP.
Silêncio geral.

Bigodinho

Um comentário:

marcos.caravalho disse...

Departamento "emendando de primeira"
Certa jovem (seria?), narizinho empinado, acho que em trânsito militar da família pelos terrenos do glorioso BEC, participou daquele legendário "cidade contra cidade", quando demos um chocolate em Piracicaba (? Acho...). Transmissão pela Tupi, rede nacional, altíssima audiência, bairrismo transbordando pelas ladeiras do Sumaré.
Pois bem, a jovem, num esforço de solidariedade com a caboclada, permitiu-se participar da troupe itajubense para, acho, exibir Brasil afora seu charme e talentos pictóricos - se não me falham esses cada vez mais traiçoeiros miolos.
Lá na sua hora, entrevistada pelo "Silvo", lascou: "-Olha Silvio, eu moro em Itajubá, mas sou cariooooca".
Crisparam-se-nos (ôpa!!) os brios mineiros. Nada a fazer, alí, na hora, claro.
Vida que segue...como sempre...
Certo dia, uma turma de engenheirandos (quem acredita que fomos isso um dia??!!) que ainda frequentava o Palácio da Bruxas, tomando um solzinho invernal entre uma aula e outra, ali naquela plataforma gradeada na saída do casarão vê sair, desfilando sua magreza e certo charme controverso, a própria.
Um dos alunos, hoje um senhor respeitável, avô corujo de 08 netos (mais 08 vindo por aí, quiçá) lasca lá, com aquela voz fininha feita de propósito para o deboche: "- Eu moro em Itajubá mas sou cariooooca" (capricho no "óóóó" esticado).
Acompanhamento instantâneo de toda a turbamulta, vozes esganiçadas de propósito, imitando a daquele hoje avô extremado, ex-jovem debochado : "- Eu moro em Itajubá mas sou carioca" - nesse caso o "óóóó" de carioóóóca prolongado ao extremo. Frase repetida "uns par de vêiz, para sermos bem mineiros uma vez que não tivemos o privilégio de ser carióóócas.
A moça corou, ameaçou um freio repentino, estacou em cima dos saltinhos, pensou em convocar a tropa para a rua e ordenar "partida" prá cima daqueles "animais"; avaliou melhor a correlação de forças; foi ajuizada, fez cara raiva, e ainda roxa de revolta apressou o passo e se foi Cel Rennó abaixo.
Nossa vingança sempre será "maligrina", nós "vampiros brasileiros".
Vida, além de perigosa, às vezes é bem engraçada, né não, meu caro Zélador?