Translate

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PRÁ PENSAR

 
"Em 1991, Quércia armou uma internamente no PMDB e derrotou o Presidente Ulysses Guimarães, afastando-o da presidência (era a sua vida).
Leiam com atenção trecho do discurso de despedida do Dr. Ulysses:
 
" - Na política, mais difícil que subir, é descer. É descer não carregando o fardo podre e sujo da vergonha. Descer não desmoralizado pela covardia. Não descer com as mãos esvaziadas pela preguiça e pela impostura. Não descer esverdeado pelas cólicas de inveja aos que nos emulam, que nos sucedem ou superam.
Vou livre como o vento, cantando e transparente como a fonte.
Desço.
Vou para a planície, mas não vou para a casa. Vou morrer fardado, não de pijama.
Desta tribuna mando um beijo à Mora (sua esposa). Beijo de amor e gratidão.
Não saía dividido entre a família e o ideal. Saia inteiro. Porque não vi lágrimas nos olhos, nem lamúrias ou apelos de prudência nos lábios de Mora. Repetidas vezes, quando chega a prudência, desaparece a coragem.
Nossos mortos, levantem-se de seus túmulos. Venham aqui e agora testemunhar que os sobreviventes não são uma raça de poltrões, de vendidos, de alugados, de traidores. Venham todos !
Venham os mortos de morte morrida, simbolizados em Juscelino, Teotônio Vilela, em Tancredo Neves.
Venham os mortos de morte matada, encarnados pelo deputado Rubens Paiva, o político; Vladimir Herzog, o comunicador; Santo Dias, o operário; Margarida Alves, a camponesa.
Não digam que isso é passado. Passado é o que passou. Não passou o que ficou na memória ou no bronze da história."

Ulysses Guimarães

(A História de Mora - Jorge Moreno)

5 comentários:

Anônimo disse...

É uma pena que Arruda, Chico, Jorge, Rodrigo , Ambrosio, LaUDELINO,Ulisses, Leandra e este pessoal metido a politico não consigam entender e nem tem coragem pra PENSAR sobre este texto!!!

Se entendesse cairiam em depressão profunda.

Anônimo disse...

Não descer esverdeado pelas cólicas de inveja aos que nos emulam, que nos sucedem ou superam.

Profundo. É preciso muita grandeza ...

Anônimo disse...

Mais longe ainda:

Este é o texto completo das famosas considerações de Rui Barbosa sobre a crise moral, que, infelizmente, não é apresentado ao público. Pelas palavras de Rui Barbosa, fica bem claro que a ruína moral do Brasil começou com a proclamação da república. É só ler o texto para conferir.



“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...”.

Essa foi a obra da República nos últimos anos.

No outro regime (monarquia) o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre - as carreiras políticas lhe estavam fechadas.

Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam a que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.

Na República os tarados são os taludos. Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos, hoje, com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.

Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.

E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem..."

Anônimo disse...

Vergonha é o que sinto diante de tantos desmandos, tanta corrupção tanta impunidade. Todos gritam, imploram por um Brasil decente, justo, fraterno, onde as riquezas do País sejam distribuídas com equidade provocando o sentimento prazeroso da justiça. Recolhemos 40% do PIB, 1,8 trilhão (2011) e com essa dinheirama toda, com honestidade e gestão pública, os problemas do Brasil seriam resolvidos.

Não é o que se vê. Rui gritou em 1914 que o homem sentia vergonha de ser honesto diante do descalabro do novo regime republicano. Derrubada a monarquia (1889) instaurou-se a República e 25 anos depois pronunciou o seu famoso discurso.

Analogamente, o retorno à democracia em 1988 avolumou os problemas nesta quadra da nossa história à semelhança do começo do século passado. O mundo já não nos leva a sério, somos lembrados em cinema e séries de TV como o refúgio de picaretas e rapineiros. Onde vamos parar? Rui ao levantar seu grito anteviu que o Brasil passaria por ondas de dificuldades políticas. Passamos 100 anos com dezenas de crises políticas, todas, tendo como tema de fundo a má gestão publica do País.

A democracia, como disse Churchill, é o pior sistema de governo, exceto os demais. Permite, até, a convivência com aqueles que desejam derrubá-la sob qualquer argumento, inclusive a corrupção. Quem conhece um pouco de nossa história recente sabe que o fim da “democracia” (1964) não residiu, somente, na suposta implantação de um movimento revolucionário, tinha, também, a semente da desesperança de nossos líderes partidários. Quando a sociedade perde as referências em seus políticos busca o atalho perigoso de outros segmentos organizados como as forças armadas.
-

Anônimo disse...

A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.

A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas form