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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MOÇA BONITA

Sonia Braga

5 comentários:

Anônimo disse...

Por falar em Beleza e viver perigosamente...

Acredito que isso seja verdade; os adultos de hoje querem a certeza que nunca chega. Há pessoas que querem o mapa de como devem viver; aí estão sempre procurando por alguém que supostamente tenha essa resposta; nunca se teve tanta informação e também nunca se ficou tanto perdido diante destas. As pessoas estão deixando de lado a sua intuição e o prazer de viver pelo ditadura da beleza midiatica; pelo dever de serem perfeitas; pela imposição do sucesso a todo custo; pela urgência de ser o primeiro; de ter êxito. Nessa nova tendência não há espaço para o erro; a culpa torna-se algoz do desejo. Com certeza durante esse tempo que você leu esse artigo saiu alguma notícia apavorante de que algo fará mal algum dia; de que isso ou aquilo causa dano emocional ou repercute em sua saúde. Então que tal dar uma trégua nessas tramas atuais e se perguntar se você tem feito algo pelo simples fato de você ter prazer deixando de lado a culpa estragar a festa. E aí fica a sensação de que viver está cada vez mais perigoso; e aí não viver torna-se o remédio ou o veneno que nos é oferecido.

Anônimo disse...

Viver é perigoso demais

Cada um que traga / Sua espada na mão
Caiu na arena/É você ou o leão
O mundo hoje / tá pegando fogo
guerra urbana, será a destruição ?
no vale tudo pra subir

um degrau / Pra se mover na escala social

no quebra-quebra da rua / no bate boca da esquina

se num dia mata no outro morre / chacina não se avisa

mata muito mais, muito mata / a caneta do burocrata

Assim é o mundo / assim o homem vai

Matando uns aos outros/ Onde vai parar ?

Viver é perigoso demais

Viver é perigoso demais

Anônimo disse...


viver é perigoso, seu moço!

temos medo, muito medo, da morte. Mas tememos ainda mais a vida. Ah, essa merda de vida… “Viver é perigoso, seu moço!”, avisa o jagunço Riobaldo em “Grande Sertão Veredas”. Por isso, para escapar do perigo, recorremos ao queijo branco, à vidente, ao pilates, à cabala light da Madonna, ao ansiolítico, às cercas elétricas, ao Dr. Hollywood, ao brócolis.

queremos, enfim, viver “em segurança”.

ora, não há como blindar a vida, seu moço. Quer segurança? Estoure os miolos com um balaço de espingarda ou se jogue do décimo andar de um prédio e “descanse em paz”.

afinal, só os mortos não correm riscos. Seres em movimento, com contas para pagar, filhos para criar e uma existência inteira para suportar, estão sempre sujeitos ao imponderável. “Vai que…”

esse desejo contemporâneo de viver mais e melhor, com “saúde total” e “alma lavada”, não combina com a nossa vontade louca de simplesmente viver. Jimi Hendrix e Janis Joplin viveram apenas 27 anos. Mas, acredito eu, devem ter vivido intensamente. Não tentaram “enganar” a vida com Light Shake.

como você, temo o câncer, temo a bala perdida, temo a fralda geriátrica, temo a morte. Minha grande dúvida é: será que vale a pena “pisar no freio”, abrir mão das coisas gostosas e arriscadas e viver 100 anos?

e se lá na frente eu descobrir que, para escapar do perigo, eu parei de viver aos 20?

Anônimo disse...

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa

"Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?"
João Guimarães Rosa


Anônimo disse...

só os mortos não correm riscos


CUIDADO... tão roubando defuntos no caixão....