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segunda-feira, 29 de julho de 2013

NOSSO TEATRO

Noticiou este jornal, há pouco tempo, que nossa Prefeitura cogitava de construir um teatro em Itajubá.
Recentemente, em entrevista concedida à "Gazeta Intermunicipal" em seu nº 9 , de abril de 82, Dona Nair Prado, Diretora do Departamento de Educação, Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal, também se referiu a esse assunto.
Disse ela que apesar de todas as dificuldades, a criação de um teatro em Itajubá ainda não saíra de seu pensamento.
Alguns membros da Secretaria de Planejamento, acrescentou ela - estavam cuidando do assunto, o que lhe dava esperança de ver em breve concretizado esse sonho.
Não creio que tal venha ainda ocorrer durante o atual governo municipal, prestes a extinguir-se.
A obra projetada é grande demais para um tempo tão curto de trabalho.
Ao novo governo municipal, surgido da eleição de 15 de novembro próximo, deverá caber a missão de dotar a nossa cidade do teatro que tanta falta lhe está fazendo.
Essa tarefa seria facilitada se a Prefeitura quisesse aproveitar para realização dessa obra o prédio já existente na Praça Theodomiro Santiago, esquina da Cel Rennó - o mesmo edifício em que funcionou, durante muitos anos, o Cine-Teatro Apolo, ali construído outrora por Eulálio da Gama Pinto, o saudoso Lalinho, pioneiro do cinema falado em Itajubá.
Com a inauguração do Cine Presidente, o antigo cinema foi desativado e o prédio em que funcionava está ali até hoje, desviado de sua verdadeira finalidade, alugado para fins unicamente comerciais.
A Prefeitura poderia comprá-lo ou, se os proprietários não o quisessem vender, desapropria-lo por utilidade pública e ali inaugurar finalmente o teatro que a cidade tanto necessita.
O edifício foi construído para ser um cine-teatro. Para funcionar apenas como teatro precisará naturalmente de obras de adaptação, de uma reforma que não será difícil e poderá ser projetada e realizada por um bom arquiteto, especialista nesse gênero de construções.
Creio que esse é o caminho mais fácil e econômico para a Prefeitura realizar esse melhoramento, desejado por todos os itajubenses.
Salvo se a especulação imobiliária entrar novamente em cena, agora num teatro de verdade, para demoli-lo e levantar ali um novo espigão, como já fez, em parte, com o Palacete Amélia Braga, há um ano destruído e hoje transformado em terreno baldio, cercado por tosco e desgracioso tapume de madeira, talvez destinado a ocultar e proteger a mina de ouro ali descoberta, há tempos, pela assessoria imaginosa dos capitalistas da terra.
José Ernani de Lima

Jornal O Sul de Minas de 26 de junho de 1982
(publicado no livro do Carlos Alberto Silva - "José Ernani de Lima" - Um engenheiro na história e nas letras de Itajubá - página 457)

ER

Um comentário:

Anônimo disse...

Que teatro que nada, besteira....