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quarta-feira, 10 de julho de 2013

CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS DE HELICÓPTEROS

Outro dia comentamos no blog sobre a formalização do financiamento (federal e estadual) para a elaboração do projeto para o CNTH. Questionamos o curto tempo estimado para a elaboração do projeto, a nacionalização total de helicópteros e comparação com o CTA-ITA.
O Professor Renato Nunes, ex- Reitor da nossa UNIFEI e de quem temos a honra de ser amigo, como conhecedor profundo da questão, prestou-nos os seguintes esclarecimentos:  

1. O contrato de compra-venda dos 50 helicópteros EC-725, para reequipar as forças armadas, assinado entre o Governo Brasileiro e a Eurocopter (sócia-majoritária da Helibras) inclui cláusulas de transferência de tecnologia.
2. A partir desta condição o Governo brasileiro estabeleceu a meta de “ter” um helicóptero genuinamente brasileiro.
3. A UNIFEI, que já assinara um Protocolo de Intenções para formação e capacitação de pessoal (lembram-se da visita do Presidente Lula, dos Comandantes das três Forças Armadas, do Ministro da Defesa e do Presidente da Eurocopter, a Itajubá, para anunciar a expansão da Helibras?), foi consultada, pela ABDI-MDIC, no final de outubro de 2010, sobre a possibilidade de participar, de forma mais intensa e efetiva do projeto de transferência de tecnologia e da “construção” do verdadeiro helicóptero brasileiro.
4. A UNIFEI, como era seu dever, respondeu rapidamente à demanda do governo federal e elaborou um pré-projeto de um Centro de Tecnologias de Helicópteros (entre outras propostas).
5. Sem a existência deste Centro de Tecnologias de Helicópteros, a verdadeira transferência de tecnologia nunca se efetivará, de fato ( realisticamente: quem “gosta” de fazer transferência de tecnologia ?).
6. Ter o domínio da tecnologia significa, em resumo, possuir a capacidade de gerar, dominar e aplicar o conhecimento específico, fazer a concepção, desenvolver projetos, construir protótipos e realizar testes, fabricar as aeronaves, realizar ensaios de vôo e obter a necessária e indispensável certificação. Isto vai muito além, portanto, dos importantes contratos de cooperação industrial firmados com várias empresas fornecedoras nacionais e que integram o “pacote” de transferência de tecnologia, previsto no contrato Eurocopter/Helibras-Brasil. 
7. Alguém imagina, hoje, que o sucesso da EMBRAER, a terceira ou quarta fabricante mundial de aviões, teria sido possível, sem a existência do CTA e do ITA?
8. A proposta do CTA e do ITA foi feita numa época em que o Brasil mal fabricava bicicletas!! Imagino a quantidade de desaforos e despropósitos que o Marechal Casimiro Montenegro Filho teve de “aguentar”!! Mas o tempo é o grande senhor da razão! E hoje a EMBRAER é uma empresa BRASILEIRA, de abrangência mundial, da qual todos os brasileiros se orgulham.
9. Volto a repetir. A verdadeira transferência (absorção) de tecnologia e o subsequente desenvolvimento endógeno do conhecimento relacionado à área de aeronaves de asas rotativas, nunca se efetivarão sem a existência e pleno funcionamento do CTH.
10. Portanto, meu caro amigo zelador (sem nenhuma ironia, pois você sabe a verdadeira admiração que sinto por você!), comparar os efeitos do CTA-ITA e do CTH-UNIFEI, guardadas as devidas proporções, não me parece nenhum despropósito!
11. Mas voltando à história! O pré-projeto do CTH foi entregue, em dezembro de 2010, à ABDI-MDIC que o fez chegar, à equipe de transição da, então, recém-eleita Presidente da República, Dilma Rousseff. O CTH era elevado, assim, ao status de projeto de relevância nacional.
12. O CTH passa a integrar o Plano Brasil Maior (Política Industrial Brasileira), como um dos projetos estruturantes da indústria brasileira. Ganha status de projeto de relevância nacional. Isto não é pouca coisa! Será que isto garante uma certa continuidade de ação?
13. O governo de Minas Gerais, no propósito de diversificar o perfil da sua economia, estrutura e inicia a implantação de um Complexo Aeroespacial, com vários Polos especializados (inicialmente 5).
14. Um desses Polos, especializado em asas rotativas (helicópteros e outras aeronaves semelhantes) será, gradativamente, consolidado em Itajubá.
15. Digo consolidado, porque de fato, várias instituições e programas que integram esse Polo já existem: A Helibras, algumas empresas fornecedoras, os cursos e grupos de pesquisa de pesquisa recentemente criados pela UNIFEI na área, a Incubadora de empresas e o Parque Tecnológico, cuja Fase I foi inaugurada em 13/12/2012.
16. A próxima e importante entidade do Polo, a ser desenvolvido e implantado, é o CTH.
17. Ao longo de 2011 e parte de 2012, com o objetivo de obter apoio ao projeto e prover o seu aprimoramento, a UNIFEI e a ABDI, apresentaram-no, discutiram-no e obtiveram sugestões junto a várias entidades e instituições. Entre elas citamos, na esfera federal: o MDIC, o MCTI, o MEC, o MD, a Secretaria de Estudos Estratégicos da Presidência da República, entidades das três Forças Armadas, o DCTA, em São José dos Campos, a FINEP e o BNDES; na esferal estadual: as secretarias de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), de Desenvolvimento Econômico (SEDE) e, ainda, a FAPEMIG; na esfera municipal: a Prefeitura Municipal de Itajubá no setor empresarial: a Helibras (obviamente), algumas das suas empresas fornecedoras e a Petrobras. Cumpriu-se uma longa, mas indispensável, agenda de divulgação, coleta de sugestões e angariação de apoio ao projeto do CTH.
18. Inicialmente ficaram definidas as seguintes responsabilidades: Governo do Estado- financiamento do desenvolvimento do projeto executivo do Centro; Governo Federal e suas Agências de fomento e financiamento – construção do Centro, que passa a denominar-se de Centro Nacional de Tecnologias de Helicópteros, CNTH; UNIFEI- disponibilização de uma área na Fase II do Parque Científico-Tecnológico de Itajubá (15.000 a .000 m2) para implantação do Centro. Mais recentemente está sendo negociada a implantação das áreas de certificação, testes e manutenção do CNTH no aeroporto de Itajubá.
19. Durante 2012 a UNIFEI e a FAPEPE desenvolveram, com a devida consulta a várias entidades parceiras, o Termo de Referência e o Edital de Licitação internacional do Projeto. Foi feita, inclusive, uma consulta prévia ao mercado para obtenção do preço de referência para desenvolvimento do projeto do Centro.
20. O lançamento do Edital de licitação era para ser anunciado no dia 13/12/2013, durante a cerimônia de inauguração da Fase I do Parque Científico-Tecnológico de Itajubá. Tal não aconteceu porque, para liberar os recursos, agora anunciados, para o desenvolvimento do projeto, o governo estadual exigia a formalização do comprometimento do governo federal com a disponibilização de recursos para a implantação gradativa do Centro ao longo dos anos, mas não houve tempo hábil para tal.
21. Segundo as notícias agora divulgadas chegou-se a um novo acordo: os recursos necessários ao desenvolvimento do projeto do CNTH serão divididos, na proporção anunciada, entre os governos federal (MCTI) e estadual (SECTES/FAPEMIG).
22. A licitação, com as devidas adaptações ao edital elaborado em 2012 (que suponho terão de ser feitas), pode ser deflagrada imediatamente após a liberação dos recursos anunciados.
23. A estimativa de R$ 200 milhões incluía, em 2012, parte de investimento e parte de custeio para operação do CNTH, ao longo de 5 a 10 anos. Portanto tais recursos não necessitam ser disponibilizados, na sua totalidade, imediatamente. Existirá um cronograma físico-financeiro para a construção e operação do Centro, que ditará os dispêndios anuais.
24. Por parte de UNIFEI o projeto não sofrerá descontinuidade. O Prof. Ariosto Bretanha Jorge que era o Coordenador Científico do Projeto até então é, a partir do início deste ano, o seu Coordenador Geral.
25. O CNTH é necessário para o país e sua implantação em Itajubá é viável. É preciso perseverar, pois o projeto é de longa maturação. Quanto tempo transcorreu até à verdadeira consolidação do CTA?
 
Professor Renato Nunes
 

15 comentários:

Anônimo disse...

Zelador

Vc ficou de emitir sua opinião sobre o fechamento do curso de biologia,coisa de faculdadezinha chulé.Pergunta pro seu amigo Renato,ele é o pai da criança.

Coruja

Anônimo disse...

Zelador, ficou claro, depois de todo o exposto, a importância do aeroporto em Itajubá?

Anônimo disse...

No item 20 "O lançamento do Edital de licitação era para ser anunciado no dia 13/12/2013,..." A data correta é 13/12/2012. Certo zelador??

Anônimo disse...

Excelente estas explicações do professor Renato Nunes. Elas nos dão a certeza que a Prefeitura Municipal e a Câmara Municipal de Itajubá devem ficar longe deste Centro Nacional de Tecnologias de Helicópteros. Imaginem o Rodrigo Riera e os vereadores da terrinha debatendo tecnologias de helicópteros!!!!!

Anônimo disse...

Zelador, pelo que eu entendi neste texto auto didático do professor Renato Nunes, fica a seguinte pergunta:
- O prefeito Rodrigo Riera entra onde neste "ônibus" do CNTH???? O ônibus está cheio, não cabe mais ninguem, nem ele e nem o Adilson Primo. Como ele adora pegar carona no projeto dos outros, ele pode seguir a comitiva com o seu Fusion Titanium de alta tecnologia. Só não vai dar para ele sair na foto.

Edson Riera disse...

Anônimo,

Aeroporto de mais de 100 milhões não faz nenhum sentido.

Zelador

Edson Riera disse...

Anônimo,

Aeroporto de mais de 100 milhões não faz nenhum sentido.

Zelador

Edson Riera disse...

Coruja,

Irei procurar o Prof. Renato e falar sobre o curso de biologia.

Zelador

Edson Riera disse...

Anônimo,

Um projeto dessa grandeza exige a participação conjunta de todas as forças vivas da comunidade. Puxar para lá e para cá é comum nas sociedades. É preciso cuidado para que vaidades não prejudiquem o projeto.
Zelador

Renato Nunes disse...

Anônimo Coruja:
O país inteiro sabe e reconhece que a UNIFEI é uma das melhores universidades brasileiras. A quem convém denominá-la de "faculdadezinha chulé"? Pergunte ao MEC, ao Governo do Estado, aos nossos diplomados e aos empregadores dos nossos egressos. Nos últimos anos a UNIFEI implantou 13 novos cursos de graduação e outros 8 de pós-graduação. É natural que alguns problemas possam ocorrer num projeto de tal monta. Afinal, para nos transformarmos numa universidade de porte médio, de que o pais e o município tanto precisam, foi necessário quase triplicarmos de tamanho. A consolidação virá com o tempo. A qualidade persistirá. Mas os derrotistas preferem focar no problema de um curso, que pelo que sei, a atual administração está enfrentando com cuidado e seriedade, e "esquecer" o sucesso da implantação dos outros 21! A propósito, hoje a UNIFEI só tem menos cursos de engenharia e tecnologia que a USP. Poucos sabem disto. Com a estratégia adotada na sua expansão a UNIFEI, e Itajubá, serão, num futuro muito próximo, uma das mais formidáveis plataformas do ensino, da pesquisa e da extensão do país nas áreas mencionadas. Esta é a "universidadezinha chulé" da nossa terra! Chega de derrotismos e vãs tentativas de denegrir tudo e todos. Está mais do que na hora de criarmos uma "agenda positiva" e contribuirmos, de fato, para o progresso da comunidade onde vivemos. Mas Corujas sempre existirão! Como diz o nosso zelador: é a vida!

Renato Nunes

Renato Nunes disse...

Só mais um comentário sobre o CNTH. Como diz o nosso zelador, o projeto necessita da participação de todos os que têm, pela natureza dos cargos que ocupam e funções que desempenham, a obrigação de contribuir para a sua viabilização. A cada um caberá, nos momentos apropriados, um papel importante. Sem sentimentos de paternidade ou propriedade. Aos poderes públicos locais (executivo e mesmo o legislativo) cabe um importante protagonismo: demonstrar o necessário interesse pelo projeto e propiciar o inequívoco apoio ao mesmo; integrar, de forma coesa, o "núcleo" local de agentes viabilizadores da implantação do Centro; participar, decisivamente, na busca de apoio político e financeiro; identificar e viabilizar as necessárias contrapartidas municipais; aplicar, adaptar ou criar o arcabouço legal municipal que possa facilitar, de forma transparente e isenta, a implantação do Centro. A participação do senhor prefeito e dos senhores vereadores, assim como de todos os outros agentes locais, é muito bem vinda e necessária. No âmbito das suas atribuições e obrigações. Os ônus e os bônus serão mera consequência!

Renato Nunes.

Anônimo disse...

Renato
Menos.Nos tempos de IEI,EFEI seus cursos eram realmente reconhecidos como de exelência.Hoje é só mais uma,como inumeras.Criar cursos de afogadilho nunca foi uma boa politica e muitas vezes um insucesso leva a derrocada de um projeto.Vc pode achar normal alguém no meio de um curso ver as portas se fecharem,mas a realidade é bem outra.Finalizando quero dizer que sou formado e pós-graduado na ESCOLA (sei que vc não entenderá esta colocação).

Coruja

Renato Nunes disse...

Coruja:

É estranho ter de tratá-lo por Coruja! Pelo menos você trata-me pelo nome e sabe quem eu sou!

Cada um tem direito a ter a sua opinião. E você tem sua a sua. Sempre pessimista e depreciativa, como tenho visto nos seus diversos comentários. Como já disse antes, o tempo é o senhor da razão. Nós somos a UNIFEI, que descende da EFEI, que sucedeu ao IEI, que teve origem no IEMI. UNIFEI, que preza e respeita o seu passado, mas que não se deixa aprisionar por ele. Também olhamos para o futuro e para as necessidades do país e do seu desenvolvimento. Menos!! Porquê? Temos muito orgulho do que já fomos no passado mas não nos orgulhamos menos do que somos no presente. E tenho certeza que prezaremos muito o que seremos no futuro. Lamento muito o percalço com o curso de biologia, que está no seu início (como você SABE que eu acho normal o que está acontecendo?). Mas, como também já disse antes, a atual administração está, de forma responsável, analisando todas as possibilidades que se apresentam, buscando a melhor solução para o problema. A propósito, quero terminar informando-o que TRABALHO na instituição há 35 anos, desde que ela era UNIFEI, ou ESCOLA como a ela você se refere. Mas sei que você não entenderá isto!
Ah! e não falei do Campus de Itabira!

Renato Nunes

Anônimo disse...

Renato
Seria posivel informar como conseguir os estudos que embasaram a criação do curso de biologia.
Coruja

Anônimo disse...

É legal mas é IMORAL!