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terça-feira, 7 de maio de 2013

GENTE NOSSA


  
Uma carreira que se confunde com a história da luta anti-HIV - Por Fernando de Oliveira para o Jornal do Campus - (Flavinho Santos - facebook)
 
Esper George Kallas é um dos maiores nomes da luta contra a AIDS no Brasil. Nascido em Itajubá (MG), Kallas se especializou em Infectologia no Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo, e hoje é professor de Imunologia Clínica e Alergia Faculdade de Medicina da USP. Ele iniciou sua carreira nos anos 90, quando não havia muito a se fazer pela vida dos pacientes. “Naquela época, a gente tratava alguém sabendo que ele ia morrer”.
Um elemento constante nas vidas dos pacientes de Kallas é a discriminação, inclusive no meio médico. “Muitos colegas não gostavam de tratar de pacientes com AIDS”, conta. Além do risco de contaminação, a ideia de “trabalho em vão” era outro fator levantado pelos profissionais. “Havia uma noção de que por mais que você lutasse pela vida de alguém, ele acabaria sucumbindo”.
Entre as histórias que o marcaram, Kallas destaca um paciente negro, gay e soropositivo, que também desenvolveu uma espécie de câncer de pele, que lhe causava lesões bastante aparentes. A principal preocupação da equipe era amenizar a dor do paciente, abandonado até por seus amigos. “O papel principal da Medicina não é curar, é aliviar o sofrimento”, afirma.
O fato de ter atuado desde uma fase tão inicial da epidemia permitiu a Kallas participar de ações decisivas nessa luta. Ele foi um dos desenvolvedores do projeto Iprex (Iniciativa Profilaxis Pre-Exposição). Coordenada por Robert Grant, da universidade da Califórnia, a iniciativa incluiu pesquisadores de oito países e foi pioneira no uso de antirretrovirais na prevenção da doença entre grupos de alto risco. O resultado (42% de decréscimo na frequência de contaminação) rendeu ao estudo o décimo lugar entre as maiores descobertas do ano pelas revistas americanas Nature e Science.
Quanto aos rumos da luta contra o HIV, Kallas expressa preocupação com a postura da sociedade. O médico sente falta da ousadia nas políticas públicas brasileiras dos anos 90, que levavam o governo a “não se intimidar com pressões moralistas”. “Na hora em que você começa a dificultar o combate à epidemia de HIV, isso é um retrocesso”, avalia. Preocupa-o igualmente o clima de tranquilidade, enquanto, em 2012, aproximadamente 12 mil pessoas morreram do vírus. “Doze mil pessoas é uma cidade pequena! Estamos tendo esse número de mortes todos os anos. Ainda temos uma situação fora de controle”, diz.
Acima de tudo, Kallas defende a abordagem constante do assunto nos meios de comunicação: “Não existe nada melhor para combater uma crise que a informação”.
 
Fernando de Oliveira

11 comentários:

Anônimo disse...

“Doze mil pessoas é uma cidade pequena! Estamos tendo esse número de mortes todos os anos. Ainda temos uma situação fora de controle”,

É verdade! Devemos considerar também o numero absurdo de mortes por FALTA DE ATENDIMENTO, FALTA DE EMPREGO, TRASITO, POBREZA, FOME! Que mata e mata!

Anônimo disse...

Realmente um trabalho bonito, da visibilidade, bom marketing etc e tal.Coisa chic nurtimo.

Para mim = bobagem.

Anônimo disse...

luta contra o HIV = Acàbar com a promiscuidade, com a rede globo colocando a Daniela Merc. falando e ensinando bobagens, as igrejas e religiões pararem do tudo por dinheiro, ensinar as crianças que homem é homem , mulher é mulher, putaria é putaria, droga é droga, e assim por diante.

Anônimo disse...

Esperar na fila, ser mal atendido, não encontrar médicos são reclamações de rotina nos hospitais públicos de muitas cidades brasileiras. Mas agora a questão é de vida ou morte, já que casos diários mostram que não há vagas nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) quando o paciente mais precisa. Nem mesmo quando recorre à Justiça. Casos dramáticos acontecem no Rio de Janeiro e na capital do país onde pacientes precisam de internação, com urgência, em centros de tratamento intensivo.

Um exemplo foi de uma mulher que estava prestes a dar à luz e não conseguiu internação nas unidades públicas de saúde da Baixada Fluminense. Mesmo com muita dor, precisou voltar para casa. É comum faltar médicos e leitos nos hospitais da região.

Anônimo disse...

FOME!

O “Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2004”, relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), divulgado no dia 8 de dezembro, concluiu que morrem de fome, anualmente, pelo menos 5 milhões de crianças no mundo, o que dá uma média de um óbito a cada 5 segundos. Ou seja, desde que você começou a ler este parágrafo já morreram duas crianças de fome, pelo menos. Mais de vinte milhões de crianças nascem com o peso abaixo dos padrões mínimos, correndo maior risco de morte durante a infância.

As que sobrevivem, revelam incapacidade física e mental permanentes. Segundo o relatório, depois de ligeira queda na década de noventa, a fome ganhou novo impulso no início deste século. Os dados, relativos aos anos 2000-2002, demonstram que mais de 850 milhões de pessoas passam fome, 18 milhões a mais do que em 1992. “Além do sofrimento humano, que é um escândalo, a fome tem como conseqüência, também, importantes perdas econômicas”, salientou Hartwig de Haen, subdiretor da FAO, reforçando que é “incompreensível” a escassez de esforços da comunidade internacional.

Anônimo disse...

Nos hospitais privados a vez é sempre de quem tem dinheiro.
Os hospitais públicos estão virando sucatas. Quando o governo reforma ou constrói um hospital – eis outro neologismo para privatização – entrega a administração a consórcios. Como acontece com os estádios de futebol para a Copa do Mundo.
Os estádios são luxuosos por imposição da Fifa. Mas este luxo fica para o desfrute dos ricos. No carnaval de rua também tem camarotes.
Esta separação: pobre e rico, prevalece nos hospitais. Todos possuem apartamentos de luxo. Parecem mais um hotel cinco estrelas. Enquanto o povo fica em enfermaria coletiva, corredores da morte, ou morre nas filas do SUS.
Este é o Brasil dos atestados de óbito assinados nas coxas. O Brasil cordial das mortes sem causa.

Anônimo disse...

Zelador

Se existisse uma medição da taxa de inveja, Itajubá bateria todos os recordes mundiais .

Coruja

Edson Riera disse...

Coruja,

Nesse quesito nós estamos na dianteira.

Zelador

Anônimo disse...

Sr. Edson,
Nenhum comentário fala da grandeza do trabalho e brilhantismo do Dr.Kallas, que é orgulho para o Brasil no exterior.
Cidade que não valoriza seus especiais , por certo desvaloriza a si mesma.
Malditos invejosos, despeitados e derrotistas.

Tião$$$$

Edson Riera disse...

Anônimo,

Possivelmente estaria certo o David Nasser que escreveu:
"As pequenas terras não amam os seus grandes homens"

Zelador.

Anônimo disse...

O pior é que tem muito Grandes Homens que não amam sua pequena TERRA!

Quer exemplos? Na terrinha temos varios que estão fora e sequer pensam na Cidade nasceu, estudou e teve que ir embora trabalhar e sobreviver, muitos. Vamos deixar de hipocrisias.