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terça-feira, 30 de novembro de 2021

INVISIBILIDADE



Chamou atenção o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na prova do dia 21 de novembro. 

Sob a proposta “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”. Tema difícil e até mesmo desconhecido por muitos de nós.

Assustadora a reportagem publicada hoje no jornal El Pais, na sua edição Brasil.

Adriana tem 22 anos, mas ainda não nasceu. Não oficialmente. A jovem carioca, negra, magra, com postura de bailarina e sobrancelhas bem marcadas nunca teve uma certidão de nascimento. Tampouco um RG, carteira de trabalho, CPF ou qualquer outro documento.

“Eu nem no mundo existo”, diz ela, com voz baixa, quase inaudível. 

Sem jamais ter conhecido sua progenitora, Adriana foi criada por Mônica, com quem seu pai passou a viver quando ela tinha cinco anos. Depois que o homem abandonou a família, foi a madrasta quem descobriu que a menina nunca teve um registro e iniciou uma odisseia que já dura anos para conseguir os papéis que atestem que Adriana, viva e de carne e osso, é uma cidadã brasileira. 

“A vida dela é parada, não pode fazer um curso, não pode ter um trabalho formal, não pode fazer nada”, diz a madrasta.

Adriana é uma das cerca de três milhões de pessoas no país que não possuem nenhum tipo de registro civil, como certidão de nascimento, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Pois é... vivemos em uma sociedade rasgada pela desigualdade social que se materializa na fome e na miséria nas ruas, a ausência de pedaços de papel que atestem um mínimo de dignidade não aparece com frequência. Apareceu na Prova do Enem.

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Caríssimo e a burrice visível continua.
Mesmo com os evidentes riscos a vista o (des)governo federal não quer exigência do passaporte da vacina para turistas e viajantes do exterior, não aprendeu nada com os benefícios da vacinação e continua tomando decisões irracionais e burras. A 1 ano e 10 meses. Não se submete a Anvisa e a ciência mas aos apoiadores radicais e ala ideológica. Vem aí o turismo dos contrários a vacina. Saúde nossa às favas.