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sexta-feira, 2 de abril de 2021

OPERAÇÃO CONDOR


Átila Rohrsetzer pode ser o primeiro brasileiro condenado por crime da ditadura na operação Condor. O julgamento entra para a história como o primeiro a levar para o banco dos réus e talvez o primeiro a condenar um agente da ditadura brasileira por crimes praticados pelo regime militar.

Operação Condor, lembrando, foi um pacto iniciado no final dos anos 1960 entre as ditaduras de Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia e Paraguai para troca e assassinato de prisioneiros políticos e intercâmbio de informações, apoio logístico, intelectual e material para a instalação de centros de tortura que deixou um rastro de milhares de vítimas no continente sul-americano.  

Rohrsetzer, hoje com 89 anos, vive uma aposentadoria tranquila no litoral de Santa Catarina, no sul do país. Ele é acusado na Itália pela participação no sequestro, tortura, assassinato e ocultação do cadáver do ítalo-argentino Lorenzo Viñas Gigli em 1980  e pode ser condenado à prisão perpétua. Na época era diretor da Divisão Central de Informações do Rio Grande do Sul (DCI).

Viñas Gigli foi estudante de Ciências Sociais em Buenos Aires onde ingressou no movimento estudantil em 1969. Na época, com 25 anos, Gigli, foi preso no ônibus vindo de Santa Fé na noite de 26 de junho de 1980, na fronteira entre Paso de Los Libres e Uruguaiana, quando tentava viabilizar uma fuga para a Itália com a família a partir do Brasil. Era casado com Claudia Olga Ramona Allegrini, com quem tinha uma filha recém-nascida.

Ao ser citado pelo governo italiano por meio de carta rogatória enviada ao Superior Tribunal de Justiça em 2011, Rohrsetzer afirmou que não se submete a jurisdição italiana por entender que as acusações são absurdas. 

É a vida...

Viver é Perigoso


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