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domingo, 30 de agosto de 2020

BOM DE OUVIR



Viver é Perigoso

EVIDÊNCIA ANEDÓTICA


João estava com dor de cabeça. João tomou suco de laranja. A dor de cabeça de João passou.
Podemos afirmar que a dor de cabeça de João passou porque ele tomou suco de laranja?
A resposta é não.

Dizer que sim é criar uma falsa correlação de causa e efeito.

Isso é o que se chama de "evidência anedótica", informal, sem valor científico. E o erro de lógica usado para se chegar nessa "evidência" é uma falácia lógica, chamado também de correlação coincidente ou, em latim, post hoc ergo propter hoc ("depois disso, logo, causado por isso"), explica o cientista David Grimes, autor do livro The Irrational Ape, sobre desinformação relacionada a ciência.

Bolsonaro reuniu médicos entusiastas da hidroxicloroquina e membros do governo para uma cerimônia em defesa do uso do medicamento no combate à doença, apesar de não haver indícios de sua eficácia (24/08, em um evento no Palácio do Planalto chamado "Brasil vencendo a covid-19", com o país chegando a quase 115 mil mortos) - e mais, haver indícios de que, pelo contrário, ela não funciona e seu uso pode trazer efeitos colaterais para pacientes.

"Não tem comprovação científica, mas salvaram muitas vidas", alegou o presidente no evento, sem apresentar provas disso. Ele disse, ainda, que observou que quem tomava o medicamento desde o início tinha "mais chance" de sobreviver. Citou seu exemplo pessoal e o de "mais de dez ministros que se trataram com a medicação". "Nenhum foi hospitalizado. Então, está dando certo."

A fala de Bolsonaro é o exemplo concreto do que é uma evidência anedótica. Primeiro, a grande maioria das pessoas com a covid-19 sobrevivem. Como saber que o presidente não sobreviveria de qualquer forma sem a hidroxicloroquina? Além disso, ele foi tratado só com hidroxicloroquina? Seus ministros também? E se não tivessem tomado nada? Como estabelecer uma correlação direta sem um estudo clínico sério? Caso Bolsonaro tenha tomado suco de laranja durante o tratamento, seria possível dizer que foi o suco de laranja que o curou?

"A covid-19 é uma doença com 90% de taxa de cura espontânea. Ou seja, a doença pode se resolver sozinha, mas o mérito vai para o remédio?"

"Dizer: 'Eu tomei cloroquina e, portanto, me curei' está errado. As duas coisas podem ter acontecido simultaneamente, o que não quer dizer que uma foi a causa da outra. Não existe relação de causa e efeito."

Aliás, em relação a hidroxicloroquina, já estamos em uma etapa de dizer "nós já demonstramos que não tem efeito para a covid-19, e que ninguém se cura desta doença por causa desse medicamento". Existem diversos estudos que trazem evidências de que a hidroxicloroquina não tem eficácia para a covid-19.

Extraído da BBC

Viver é Perigoso

MOÇA BONITA


Hedwig Eva Maria Kiesler, simplesmente, Hedy Lamarr. Atriz e inventora austríaca nascida em Viena (1914).

Filha de pais judeus. Seu pai era diretor de banco e sua mãe pianista. Ainda adolescente a jovem atriz interpretou diversos papéis no cinema alemão. Foi considerada a mais bela mulher da Europa.

Em 1937, Hedy conseguiu fugir da Alemanha indo para os EUA. Naturalizou-se americana em 1953.

A atriz estreou em Hollywood em 1938. Trabalhou em 18 filmes e o de maior sucesso foi no papel de Dalila (Sansão e Dalila), filme de Cecil B. DeMille, em 1949, ao lado de Victor Mature.

A atriz parou de trabalhar para o cinema entre o final dos anos 1950 e o começo da década de 1960. 

Curiosodade: Hedy Lamarr serviu como inspiração para Walt Disney desenhar a Branca de Neve em 1937.

Nem todos sabem que a atriz também era inventora – criou um sistema de comunicações para as Forças Armadas dos EUA que serviu como base para a invenção do Wi-Fi e também da atual telefonia celular.

Durante a Segunda Guerra, Hedy Lamarr criou junto com o compositor e também inventor George Antheil um sofisticado aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas, cuja patente foi feita em 1940 usando seu nome de registro (Hedwig Eva Maria Kiesler). 

A ideia surgiu quando a dupla estava fazendo um dueto ao piano e começaram a “conversar” entre si alterando os controles do instrumento. Ou seja, Lamarr descobriu que, se o emissor e o receptor mudassem constantemente de frequência, somente os dois poderiam se comunicar sem medo de serem interceptados pelo inimigo.

Mais tarde, a Ottawwa Wireless Technology adquiriu 49% da patente de Lamarr e a ideia do aparelho de frequência criado por ela serviu de base para a criação da moderna tecnologia de comunicação, como as conexões Wi-Fi e CDMA (de telefones celulares). 

Considerada então a “mãe do telefone celular”, Hedy Lamarr não ganhou nenhum dinheiro com sua enorme contribuição para com a tecnologia. Contudo, em 1997 recebeu do Governo dos Estados Unidos uma menção honrosa “por abrir novos caminhos nas fronteiras da eletrônica”.

Em 2005, o dia 9 de novembro (data de nascimento da atriz) foi decretado na Alemanha como o Dia do Inventor, em sua homenagem.

Em seus últimos anos de vida, Lamarr viveu reclusa em sua casa em Orlando, onde tomou o barco em 19 de janeiro do ano 2000, aos 86 anos.

Interessante: O livro "A única mulher" - de Marie Benedict -Editora Planeta, uma biografia romanceada da atriz e inventora Hedy Lamarr.

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O MITO SÓ ME IMITA

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