Translate

terça-feira, 17 de março de 2020

CANTINHO DA SALA

Franz Kline - 1951- Museum of Modern Art, New York.



Viver é Perigoso

ELIS 75



Hoje aqui completaria 75. Tomou o barco em 82 com apenas 36.

Viver é Perigoso

HERANÇA DA GRIPE ESPANHOLA -1918


O site do IBRAC - Instituto Brasileiro da Cachaça, não me deixa mentir sozinho. A nossa tradicional Caipirinha nasceu no final de 1918 no interior do Estado de São Paulo.

A caipirinha teria sido criada a partir de uma receita popular feita com limão, alho e mel, indicada para os doentes da Gripe Espanhola, que assolou o Brasil no final de 1918.

Como era bastante comum colocar um pouquinho de álcool em todo remédio caseiro, a fim de acelerar o efeito terapêutico, a cachaça era sempre usada. 

Até que, um dia, alguém resolveu tirar o alho e o mel. Depois, acrescentaram umas colheres de açúcar para adoçar a bebida. O gelo veio em seguida, para espantar o calor.

A difusão da caipirinha para o restante do Brasil teria se dado através da Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. A bebida teria ganhado grande popularidade entre os artistas do evento como um símbolo de brasilidade, e os artistas a teriam introduzido em seus Estados de origem ao final do evento. 

Viver é Perigoso

LENDO JORNAIS DE 1918


Interessante ler os jornais de 1918, mais diretamente, no período de setembro/dezembro. A imprensa, face a tragédia que assolou o país, descarregou críticas severas ao Diretor Geral da Saúde Pública, Carlos Seidel e ao Presidente da República Wenceslau Braz, que então estava encerrando o seu mandato iniciado em 1914.

Sobrou até para Itajubá;

História contada:
"A morosidade em estabelecer medidas profiláticas e as limitações estruturais que afetavam as instâncias de saúde durante o combate à epidemia de gripe despertaram a ira popular sobre diversos personagens do governo, e o próprio presidente Wenceslau Braz e o então diretor da Saúde Pública, Carlos Seidl, foram seus principais alvos. O presidente Braz fora acusado de incompetência administrativa e de não estabelecer estratégias para defender a população do mal que os ameaçava. 

No Correio da Manhã, a descrença no discurso oficial era cada vez mais explícita:
Nem precisava ser profeta. Bastava ter um pouco de bom senso e haver acompanhado a administração do sr. Carlos Seidl na Diretoria Geral de Saúde Pública, para concluir, desde logo, que, além dos males que já padecemos, outro ainda nos estava reservado: a epidemia espanhola. A primeira coisa que nos surpreendeu foi a incrível ignorância de nossa higiene a respeito dessa moléstia, que grassava com caráter francamente epidêmico na Europa. O sr. Carlos Seidl não sabia de nada! 

Em 16 de outubro de 1918, o diretor da Saúde Pública pedia em vão a censura dos jornais que acabavam por incutir crescente pânico na sociedade carioca e ameaçavam a preservação da ordem pública.

No dia 18 de outubro, o país tomava conhecimento do pedido de demissão de Seidl, que fora substituído por Theophilo Torres. 


A situação de Carlos Seidl passou a ser insustentável diante dos ataques maciços da imprensa e de vários representantes políticos da capital federal. 

Em seu discurso na Câmara Federal, o deputado Nicanor Nascimento tecia críticas a Wenceslau Braz, que, no momento crítico por que passava a capital federal, desviava fundos que poderiam ser usados no combate à moléstia para o financiamento de obras como a estrada de Itajubá. 

No dia 18 de outubro, o país tomava conhecimento do pedido de demissão de Seidl, que fora substituído por Theophilo Torres.

Em outro jornal:

Na verdade, a exoneração do ex-diretor foi resultado de fortes pressões da Presidência da República, que enviara o oficial de gabinete Elmano Cardim para cobrar contas sobre os trabalhos de combate à epidemia. Wenceslau Braz colocava a culpa da morosidade na organização dos socorros públicos e, conseqüentemente, da expansão da epidemia, nas costas de Seidl. 
Tal exoneração foi uma tentativa de dar uma resposta pública diante das críticas à impossibilidade de conter a expansão da moléstia e socorrer a população. Foi, conseqüentemente, uma forma que as elites dirigentes, mais diretamente Wenceslau Braz, encontraram para tentar diminuir suas perdas políticas diante do colapso social que se instaurara.

Viver é Perigoso

SERIA O CASO ?


Ouvido hoje, de longe, nas proximidades da Igreja São José, na Boa Vista, é claro:

- Cara, o pessoal mais próximo tem que exigir que o Presidente se submeta a exames médicos.

- Camarada, já aconteceu assim que ele chegou dos Estados Unidos e foi anunciado que deu negativo.

- Cara, não estou me referindo a coronavírus. Estou falando de examinar a Cuca.  

- Camarada, você segue na esquerda ?

Viver é Perigoso

SOLIDARIEDADE


A Espanha estará soltando um decreto proibindo o corte de luz, água e gás, por falta de pagamento, para as famílias vulneráveis. Também, e para os mesmos, será definida uma moratória para pagamento do financiamento de imóveis. 

Na Brasil, acomodados o susto e pré-pânico dos primeiros momentos, faz-se necessário que o governo estude e determine medidas semelhantes.

Na cidade, a interrupção das aulas dos cursos superiores poderá significar um afastamento numeroso de jovens vindos de outras cidades. Um público significativo deixará, parcialmente, de consumir em bares, restaurantes e supermercados.

Possivelmente, acontecerá um retração natural no mercado, ocasionando inevitáveis dificuldades.

Cabe ao poder público local, estudar, verificar a possibilidade e promover a prorrogação dos vencimentos do IPTU, bem como agir junto ás concessionárias, Cemig e Copasa, a não interrupção dos fornecimentos básicos para as famílias vulneráveis.

Logicamente, a Administração Municipal já deve estar se prevenindo com a consequente queda na arrecadação do ICMS e em menor monta do ISSQN. Poderão provocar turbulência de caixa no segundo semestre. 

Saindo do discurso para a prática.

Viver é Perigoso  

AMOR NOS TEMPOS DE CORONAVÍRUS

Viver é Perigoso

FALOU E DISSE


Escreveu o Pedro Gama - 

SAÚDE EM ITAJUBÁ: VAMOS AOS FATOS

1) O orçamento previsto para a saúde em Itajubá DIMINUIU em números proporcionais nos 4 últimos anos. Saímos de 37% das despesas totais em 2017 para 29% em 2020.

2) A Santa Casa de Misericórdia FECHOU o PRONTO-SOCORRO no começo de 2018, após a Prefeitura anunciar o CORTE do repasse mensal de R$160.000,00 que fazia para a instituição. Além disso, a atual gestão PAROU DE REPASSAR as verbas que sobravam do orçamento destinado à Câmara de Vereadores. Também realizou duros ataques à imagem da instituição. Um vereador da base chegou a ACUSAR gravemente a Santa Casa afirmando que “estão rasgando dinheiro”, bem como “pegando dinheiro e colocando no bolso”.

3) Enquanto isso, tornou-se recorrente a reclamação da população de FALTA de REMÉDIOS nos postos de saúde, sem a perspectiva de data para disponibilização.

4) Itajubá apresenta logo no começo deste ano o SEGUNDO MAIOR ÍNDICE de casos prováveis de DENGUE no Sul de Minas, segundo boletim informativo da Secretaria Estadual de Saúde. A Prefeitura e a maioria dos vereadores, contudo, ainda NÃO SE MANIFESTARAM sobre o tema.

5) Agora, o CORONAVÍRUS coloca a cidade em alerta por conta de seu alto nível de contágio, o que aponta o risco de que os hospitais não consigam absorver toda a demanda que a doença tem o potencial de gerar.

Conclusões?

(i) defender o SUS é a principal luta a ser abraçada por uma saúde pública de qualidade.

(ii) AOS VEREADORES: é dever fiscalizar insistentemente as despesas do orçamento, além de lutar pelo direcionamento de verbas aos interesses prioritários da população.

(iii) Ao PREFEITO: é imprescindível repensar as prioridades políticas de sua gestão.

(iv) À POPULAÇÃO: é urgente cobrar de seus representantes maior transparência com os gastos públicos.


Blog: Grato Pedro Gama por levar a questão e propor ações. Esperamos que as autoridades discutam os dados apresentados e não, como de costume, discutam você.

Viver é Perigoso