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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

ANARQUISTAS


Quando ainda adolescente, lia no jornal sobre o caso "Sacco e Vanzetti", acontecido nos EUA e ficava incomodado. Já rapaz, mais ou menos em 1971/1972, assisti o filme com o mesmo nome. Mais adiante, li o livro escrito pelo Howard Fast.

Para aqueles que estão chegando agora, fica o registro de uma enorme injustiça.

Em 15 de abril de 1920, em Massachusets, ocorreu um assalto a uma fábrica de sapatos. Terminou com duas vítimas fatais.

Foram presos acusados do crime, dois anarquistas italianos. O sapateiro Ferdinando Nicola Sacco e o vendedor ambulante Bartolomeu Vanzetti, que haviam emigrado para os EUA em 1908. 

As prisões aconteceram numa época em que os sindicatos ganhavam cada vez mais força nos Estados Unidos, na batalha contra a exploração dos trabalhadores. Governo e opinião pública viam nisso uma tentativa de revolução comunista.

Embora sempre tenham jurado inocência, em julho de 1921, os jurados os declararam culpados. A sentença de morte baseou-se apenas em provas circunstanciais, num processo muito questionável.

A condenação à morte de Sacco e Vanzetti provocou uma onda de protestos e consternação em todo o mundo.

Os vários pedidos de revisão provocaram o adiamento da execução da sentença diversas vezes. 

Em carta ao governador do Estado, insistiram, em vão, em sua inocência . Não pediram por clemência, pois isso equivaleria a reconhecer a autoria do crime. Mas, com os recursos esgotados, no dia 23 de agosto de 1927 eles foram mortos na cadeira elétrica: Vanzetti contava 39 anos, Sacco, 36.

O jurista Edmund Morgan, da Universidade de Harvard, investigou o processo e o julgamento durante vários anos. Em 1948, chegou à conclusão de que foi cometido um erro judicial. Nas palavras de Morgan, Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram "vítimas de uma sociedade preconceituosa, chauvinista e perversa". 

Em 1977, o governador de Massachusetts, Michael Dukakis, assinou uma declaração na qual reconheceu a injustiça cometida pelo tribunal e reabilitou o nome dos dois italianos.

É a vida...

Viver é Perigoso

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