A Volkswagen do Brasil assinou hoje um TAC (Compromisso de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público Federal em São Paulo, o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Procuradoria do Trabalho em São Bernardo do Campo, órgão do Ministério Público do Trabalho.
Por meio do acordo, a empresa vai pagar R$ 16,8 milhões à Associação dos Trabalhadores da Volkswagen. A maior parte da verba, informa nota enviada pela montadora, será destinada a ex-funcionários que manifestaram terem sofrido violações de direitos humanos durante a ditadura militar - ou seus sucessores legais
O TAC totaliza R$ 36 milhões em iniciativas para promover "o esclarecimento da verdade sobre as violações dos direitos humanos naquela época".
Diz a Volks (Hiltrud Werner):
"Lamentamos as violações que ocorreram no passado. Para a Volkswagen AG, é importante lidar com responsabilidade com esse capítulo negativo da história do Brasil e promover a transparência", Do total, R$ 10,5 milhões vão custear "projetos de promoção da memória e da verdade em relação às violações de direitos humanos ocorridas no Brasil durante a ditadura militar".
Ainda, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) receberá R$ 4,5 milhões para identificação de vítimas enterradas em valas comuns e "apurar a cumplicidade de empresas em violações de direitos humanos durante o governo militar".
O restante do dinheiro irá para os Fundos Federal e Estadual de Defesa e Reparação de Direitos Difusos e servirá para custear parte da construção do Memorial da Luta pela Justiça.
Com a assinatura do TAC, os inquéritos que investigam a Volkswagen serão arquivados pelo Conselho Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo no Ministério Público Federal.
Registrando:
De acordo com reportagem de Emma Thomasson, da Reuters, uma comissão nomeada pelo governo que investiga abusos durante a ditadura no Brasil encontrou evidências de que empresas como a Volkswagen secretamente ajudaram os militares a identificar suspeitos "subversivos" e ativistas sindicais em suas folhas de pagamento.
Muitos dos trabalhadores foram demitidos, detidos ou assediados pela polícia e não conseguiram encontrar novos empregos durante anos, segundo uma investigação da Reuters de 2014.
(Uol)
Viver é Perigoso
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