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domingo, 26 de abril de 2020

MÃOS DADAS


Antigamente, principalmente nas cidades do interior, ninguém falava nada do Juiz, do Delegado e do Padre. Nem mesmo um leve cochicho.

Hoje, os três personagens sofrem comentários, positivos e negativos, como seres normais.

Hoje, em plena pandemia, com severas mudanças na vida de todo mundo, com incertezas e temores de toda a sorte, comenta-se a decisão do Prefeito, em parceria com o Reitor da Unifei, em montar um hospital de campanha no Ginásio Poliesportivo da nossa Escola, para atender, ou melhor, ficar à disposição para atender os atingidos pelo coronavírus. 

Registre-se, a preocupação em preparar-se para o indesejável pico da pandemia é uma necessidade.

Comenta-se a montagem de toda uma estrutura no local, com deslocamento de equipamentos e gente especializada. Fala-se numa estrutura completa de 20 leitos de UTI, a um custo (citado na imprensa) de R$170.000,00, cada unidade. Falamos de R$ 3,4 milhões.

É do conhecimento geral, que a Santa Casa de Misericórdia de Itajubá, já tem o espaço e estrutura montada para instalação de 20 leitos de UTI, para se somar aos 8 já existentes.

E porque não, investir na nossa, repito nossa, Santa Casa, e reservar o hospital de campanha para o caso de ocorrer, Deus que nos livre, uma invasão do vírus na nossa micro-região ?

Voltando aos fatos:

Desde o início do seu primeiro mandato. Começou inviabilizando a parceria da Casa Santa com a Fundação Mahle. Seguiu interrompendo o subsídio mensal de R$ 160.000,00 destinado ao Pronto-Socorro.

Uma  CPI sobre a Saúde Municipal foi criada na Câmara Municipal e prontamente esvaziada e liquidada pela sua dependente base, inclusive, com alguns dos seus fieis vereadores, desfechando insultos e impropérios contra a Administração da Santa Casa de Misericórdia.

Como se explicaria o absurdo ?

A Administração da Santa Casa teria se negado a submeter-se às orientações do Executivo ?

Uma possível aproximação/ajuda de deputados adversários à Santa Casa incomodaria o Sr. Prefeito ?

Voltando ao início do texto. Hoje, o Juiz, o delegado e o Padre, são questionados, mas não, e unicamente, a posição dos dirigentes do Hospital das Clínicas. Todos responsáveis, todos sérios e com inegáveis serviços prestados à comunidade, onde tenho grandes amigos.

Com todo o direito do mundo, os administradores do nosso Hospital também exercem posições político-partidária. São aliados há séculos do grupo político no poder. Claramente, são ouvidos pelo Executivo local e certamente, no segmento da saúde, exercem influência decisiva.

Não seria o momento de discutir e tratar sobre o que seria melhor para a cidade e no momento triste de pandemia, também para a região ?

Não seria de bom senso ajudar a Santa Casa de Misericórdia a se colocar totalmente capacitada para atender toda a micro-região de maneira definitiva e não improvisada ? 

No momento em que na área federal são discutidas questões impensáveis, até então, qual a razão para não unirmos forças e caminharmos juntos ?

Pessoalmente, sou eternamente grato ao Hospital das Clínicas, onde minhas filhas, sobrinhos e amigos estudaram e aprenderam. Mas como comento sobre juízes (até do Supremo), delegados e padres, por que não do Hospital da minha cidade ?

Viver é Perigoso          

2 comentários:

Anônimo disse...

Zé se não há como gastar a verba recebida do Ministério da saúde no HE como vamos fazer?Claro hospital de campanha!

Anônimo disse...

Sr Zézinho!

Quais são os planos dessa administração e do Hospital para a Santa Casa?
Talvez o senhor saiba mas, prefere não comentar.
Mas de todo modo, se ainda não desconfia de nada, pesquise as Santas Casas de outros municípios, onde fecharam suas portas e num curto espaço de tempo, abriram como hospitais totalmente particulares.
É muito triste ver isto acontecendo em Itajubá.