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sábado, 8 de fevereiro de 2020

VERTIGEM DA ESQUERDA

Pedro Pomar
O Petra vem de uma homenagem dos pais ao Pedro Pomar.

Nome que estará em evidência no final de semana do Oscar. A diretora mineira Petra Costa. Seu filme/documentário sobre o impeachment da presidente Dilma Roussef - Democracia em Vertigem - produção original da Netflix, disputará a estatueta na categoria.

Ana Petra Costa, nasceu em Belo Horizonte em 1983. Artes Cênicas da Universidade de São Paulo, onde permaneceu por dois anos. Graduou-se em Antropologia no Barnard College, uma faculdade livre de artes da Columbia University, em Nova York, e fez mestrado em Comunidade e Desenvolvimento, na London School of Economics, em Londres

É filha de Manoel Costa e da jornalista e socióloga Marília Andrade. É também neta de Gabriel Donato de Andrade, um dos fundadores da construtora Andrade Gutierrez.

Nos anos 1970, seus pais foram militantes de esquerda ligados ao PCdoB, especialmente, a Pedro Pomar, a quem homenagearam dando o nome de Petra à sua filha.

Um pouco sobre Pedro Pomar:

Pedro Pomar nasceu 1913 em Óbidos. Aos 5 anos se mudou para Nova York com sua família, a mãe Rosa de Araújo Pomar, natural do Maranhão, os irmãos Roman e Eduardo, e o pai, o peruano Felipe Cossío del Pomar escritor e pintor. A família viveu nos Estados Unidos entre 1918 a 1920, até que o casal se separou e Rosa voltou a Óbidos com os três filhos, sustentando-os com seu trabalho de costureira. 

Felipe del Pomar, seria no final dos ano 1920, um dos fundadores da Aliança Popular Revolucionária Americana (movimento político de centro-esquerda peruano). 

No Pará, Pedro Pomar entrou na Faculdade de Medicina, no Pará, aos 19 anos. Nessa época, ele também jogava futebol profissionalmente pelo Clube do Remo.

Em 1932 participou da revolução  constitucionalista por São Paulo. Em 1935 casou-se com Catharina Patrocínia Torres. O casal teve quatro filhos.

Pedro foi preso pela primeira vez em janeiro de 1936, quando estava no terceiro ano da faculdade, e solto apenas em junho 1937. Pomar resolveu viver na clandestinidade, abandonando o curso de medicina e tornando-se militante profissional do PCB.

Foi preso novamente em setembro de 1939, conseguindo fugir e agosto de 1941.

Em 1947, foi eleito com mais de 100.000 votos para a Câmara Federal, na legenda do PSP - Partido Social Progressista, terminando seu mandato em 1950.

Pomar voltou à clandestinidade. Foi morar no Rio Grande do Sul, onde atuou em lutas populares e operárias sob o codinome Ângelo. Nesse período, participou da organização da guerrilha de Porecatu ao lado de João Saldanha (técnico da seleção brasileira de futebol) e Gregório Bezerra.

De 1953, já morando no Rio de Janeiro, foi estudar na União Soviética até 1955.

Entre 1957 e 1962, fez parte da luta interna no PCB. Depois de muitas divergências, foi expulso do partido, e criou, em fevereiro de 1962, o PCdoB.

Em 1964, com o golpe militar, a polícia vasculhou e depredou a casa de Pomar, no bairro do Tatuapé, na cidade de São Paulo, e decretou sua prisão preventiva. Pomar se retirou para um esconderijo e viveu com sua família na clandestinidade.

Pedro foi morto, em dezembro/1976, no episódio conhecido como Chacina da Lapa, a última grande operação de aniquilamento de opositores políticos feita pelos regime militar através de seus órgãos de segurança. 

O corpo de Pomar foi atingido por aproximadamente 50 tiros. Pomar foi enterrado sob nome falso em Perus, no Cemitério Dom Bosco. 

Em 1980 seu corpo foi localizado por sua família, que fez o traslado dos restos mortais para Belém do Pará.

Viver é Perigoso

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