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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

TRIBUNAL VERMELHO


Elvira Cupello Calônio, simplesmente conhecida como Elza Fernandes. Nasceu em Sorocaba em 1920. De uma família de operários, pobre e semiletrada, entrou para o grupo de comunistas da década de 1930 por influência do namorado, Antonio Maciel Bonfim, conhecido como Miranda, secretário geral do Partido Comunista Brasileiro.

No dia 13 de agosto de 1935, Elza, com o namorado Miranda, foram presos pela polícia num apartamento da Av. Paulo Frontin, no Rio de Janeiro. 

Elza, por ser menor de idade, foi solta no dia 27 de janeiro. Miranda, seguiu preso e sob tortura. 

Sem ter para onde ir, o amigo de Miranda, também comunista Francisco Meireles, concordou que ela ficasse em sua casa na Pedra de Guaratiba, num subúrbio do Rio.

Luís Carlos Prestes, presidente do PCB e seus companheiros temiam que Elza passasse informações para a polícia. Decidiram que ela teria que ficar sob custódia do PCB.

Elza foi transferida para outro endereço nos arredores do Rio (Estrada do Camboatá). onde ocupava de serviços domésticos para Deícola dos Santos, Manoel Severino Cavalcanti e Francisco Natividade Lira.

Em 14 de fevereiro de 1936 o PCB decidiu pela execução de Elza. Foi morta no dia 2 de março de 1936, com dezesseis anos. Estrangulada com uma corda de varal de roupas. O corpo foi enterrado no quintal por Deícola e Francisco Natividade .

Seu corpo foi encontrado em 1940, depois que os integrantes do PCB foram presos, confessaram o crime e indicaram o local da cova.

Pelo crime, Luís Carlos Prestes e os outros envolvidos no caso foram condenados a penas de vinte a trinta anos de prisão, em novembro de 1940 . Prestes já estava preso desde março de 1936, e ficou na cadeia por nove anos, quando em 1945 foi anistiado por Vargas, junto com os demais condenados em troca de apoio na eleição presidencial em 1950.

É o Brasil.

Viver é Perigoso

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