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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

RENOVAR LIDERANÇAS


"Na arena política, o País experimenta uma carência que descora a democracia e empalidece o horizonte nacional. Há muito o Brasil não vem sendo capaz de renovar substancialmente o conjunto de suas lideranças. 

Há décadas o País atravessa um deserto quanto ao surgimento de líderes que inspirem, pautem e ensejem o novo, a inovação e a vanguarda em termos socioeconômicos e político-culturais. 

O Brasil preparou muita gente de todas as posições políticas no entorno de 1964. Depois veio o vácuo instaurado pela ditadura militar. Com a redemocratização o País voltou a formar lideranças em todos os campos do pensamento político – é daí que venho, meu treinamento foi na luta pela volta das liberdades. Nesse meio tempo se instalou um vazio quanto ao surgimento de líderes políticos.

Em meio a essa conjuntura planetária, que dialoga perfeitamente com a nossa realidade, uma questão nacional deve ser destacada na produção desse deserto de novas lideranças: um país que tem mais de 30 partidos não tem representação partidária. Só uma efetiva reforma do sistema político promoverá mudanças que possam dar uma direção racional e programaticamente assertiva à vida político-partidária no País, contribuindo até para que os próprios partidos retomem a função de formar lideranças – tarefa que não é sua exclusividade, mas é um de suas mais fortes razões de existir.

Necessário abrir espaço a uma meninada arejada, independentemente se à direita, à esquerda ou ao centro do espectro político, usando a velha linguagem.

O fundamental é que novas lideranças surjam, tenham boa formação e estejam capacitadas a operar com os desafios e os propósitos da vida política, habilitadas a debater ideias, conviver com a diferença, negociar, construir consensos, etc. Não se nasce com as capacidades e habilidades da liderança. Não é só questão de vocação. Boa parte é treinamento.

E a política de verdade não se faz sem lideranças capazes de inspirar e mobilizar a cidadania. Segundo o historiador Paul Johnson, a vida de Winston Churchill passa ao menos cinco lições importantes sobre liderança: 

Pense sempre grande
Nada substitui o trabalho árduo, 
Nunca deixe que erros e desastres o abatam, 
Não desperdice energia com mesquinharias 
Não deixe que o ódio o domine, anulando o espaço para a alegria na vida.

Parece impossível vislumbrar novos horizontes sem a formação de uma nova geração de líderes, algo indispensável à superação da aridez que vem assolando a política nacional. 

O Brasil não merece e não pode ser refém de uma arcaica vida política baseada em visões estreitas e ultrapassadas, quando não incivilizadas, de mundo."

(Extraído de Artigo do Dr. Paulo Hartung)

Viver é Perigoso

2 comentários:

Anônimo disse...

Torçamos para que a beleza e a verdade desse artigo inspire e mude o comportamento de algumas lideranças por aqui. Principalmente as recomendações 4 e 5. Acho que um pensamento não sei de quem também ajudaria as novas lideranças: "Comece pequeno, pense grande, ande depressa". observador da cena

Anônimo disse...

Parabéns pela publicação. Ótimo ponto de vista de quem entende de e da política. Cidadão Preocupado