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sábado, 29 de fevereiro de 2020

CARTA QUE NÃO RECEBI


Itajubá, 29 de fevereiro de 2020

Ref. Desabafo dum jovem que decidiu mexer com política em sua cidade

Há menos de 3 meses, resolvi me meter com a política itajubense. Estudei as pautas da cidade, circulei textos opinativos, fui em programas de rádio, participei de discussões, me propus a conhecer políticos e partidos das mais diferentes correntes para entender como as coisas andam por aqui. Conversei com muita gente.

Em pouco tempo, a experiência tem sido um aprendizado sem tamanho.

Descobri que para ser feito de fantoche nos grandes grupos políticos, basta um piscar de olhos. Eleições municipais, muitas vezes, são meras convenções primárias de deputados e senadores.

Descobri que pouco se fala de projetos e ideais no município. O que vale, em grande maioria, é quem tem o maior cacique para colocar dinheiro e popularidade como apoio.

Descobri que, por aqui, ameaça-se adversários, fazem chantagem com familiares, compram votos e, na hora que o pau come, ter um “bom” sobrenome é um diferencial e tanto.

Descobri que disseminar notícias falsas, fazer ataques pessoais, espalhar mentiras, desinformar a comunidade e esconder dados é o método mais básico de manutenção no poder.

Descobri que ser jovem no meio político causa espanto (e talvez medo?). Falam que você é imaturo demais para aquilo, lhe repetem coisas óbvias como se você fosse um tapado, e chegam até a fazer piada de seus anseios.

Mas também descobri que a política lhe traz grandes parceiros. Pessoas que lhe abrem as portas, que dividem ideias e projetos, que estão dispostas a construir uma cidade mais acolhedora, e que sabem que o jovem faz parte desta luta. Não são ingênuos, mas sabem que omissão é sinônimo de status quo.

É com estas últimas pessoas que quero estar.

Pedro Gama

Blog: Uma fotografia bem atual da política cidade. E já faz tempo. 

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Ou seja, "ler nas entrelinhas".

E no caso de Itajubá o "modus operandi", utilizado por um jurássico cacique, é o mesmo há décadas e tem dado muito certo.
O que vale é o voto.