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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

VOLUNTÁRIA DA PÁTRIA


O Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves é um memorial cívico fúnebre para homenagear pessoas brasileiras que, de algum modo, serviram para a maturidade e engrandecimento da Nação Brasileira. Os nomes dos homenageados constam no "Livro de Aço", também chamado "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria", o qual lhes confere o status de "herói nacional".

Estão inscritos no panteão, nomes como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, D.Pedro I, Duque de Caxias, Santos Dumont, Chico Mendes. Não são muitos.

Cinco mulheres são homenageadas. Anna Nery, Anita Garibaldi, Bárbara de Alencar, Zuzu Angel e Antonia Alves Feitosa, conhecida como Jovita.

Jovita, nasceu no Ceará em 1848. Aos 17 anos e morando no Piauí, alistou-se em 1865 no Exército Brasileiro como voluntária para combater na Guerra do Paraguai. Usou vestes masculinas e cortou o cabelo, tentando se passar por homem. 

Enganou os recrutadores, porém foi denunciada por uma mulher. Foi aceita auxiliar de enfermeira. O então presidente da Província do Piauí, Franklin Dória, a incluiu no Exército Nacional como segundo-sargento, embarcando para o Rio de Janeiro.

No Rio de Janeiro tornou-se uma figura notória, pois todos queriam conhecer a mulher que desejava ir à guerra. Jovita teve seu embarque para a guerra negado pelo Ministro do Exército, que julgou incompatível, por ser mulher, sua presença no campo de batalha.

Mesmo tendo sido recebida pelo Imperador Pedro II, não teve jeito.

Voltou para o Piauí e não foi bem recebida pela Família. Retornou ao Rio de Janeiro, onde segundo jornal da época, "arremessou-se no caminho da perdição e da amargura".

Manteve relações com o engenheiro inglês William Not, que prestava serviços na cidade. Terminado o seu contrato teve que partir de volta à sua pátria. Num domingo, deixou um bilhete de despedida para Jovita, que não sabendo o idioma, desconheceu a sua partida.

Dias depois, na quarta-feira, tomando conhecimento do fato, Jovina, então com apenas 19 anos de idade, tomou o barco por iniciativa própria. 

Seu corpo foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.

Em 27 de março de 2017, em virtude da lei nº 13.423 de 2017, o nome de Jovita Alves Feitosa foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.

Viver é Perigoso

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