Sou do tempo do PF, também conhecido como Disco Voador e do Comercial. Nos cardápios prevaleciam o filé a cavalo (raro era filé. Quase sempre, contra, alcatra e patinho), com fritas e outros menos votados. No início dos anos 70 surgiu o famoso Self-Service. Lembro-me de um dos primeiros a funcionar nesse sistema na terrinha. O pessoal já simplificava, chamando-o de restaurante "serve-serve".
Tempos modernos. Em São Paulo, padarias e bares têm self-service. Ainda não vi nenhum funcionando em farmácias. Mas não deve demorar.
Não é fácil, mas já foram identificados dois tipos de clientes habituais nos restaurantes. O elogiado tipo Águia. Pessoa discreta que não conversa nas proximidades do fogão ou da banca de alimentos. Sua principal característica é observar de longe e do alto o alvo. Como águia num mergulho, aponta suas garras, ou melhor, o garfo, para petisco e pronto, levando-o para o seu prato.
Terrível é o tipo galináceo. Aproxima a cabeça dos alimentos e fica ciscando na comida procurando o que melhor lhe agrade. Vira, revira, afasta e aproxima até recolher a porção aprovada. Às vezes ainda, com as mãos, tira uma amostrinha para provar.
Com onze filhos sentados à mesa para o almoço, na Boa Vista, é claro, sempre dizia: "comida na hora de servir não escolhe".
Não dá. Caso tenha o desprazer de ter um tipo galináceo na sua frente é melhor fingir que esqueceu alguma coisa e deixá-lo seguir adiante.
Viver é Perigoso