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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

DEMOCRACIA MUNICIPAL


Numa pequena cidade do interior, preocupados com os tradicionais estouros de foguetes na localidade, por ocasião das festas de fim ano, que comprovadamente assustam os animais domésticos, os moradores constituíram uma comissão para tratar do assunto na câmara municipal.

Após exaustivas reuniões o líder falando em nome da chefia maior apresentou uma solução salomônica, que iria agradar o pessoal e não ferir o gosto extremo do chefe pelo ruído do espoucar dos  fogos.

Democraticamente, a administração iria soltar fogos sem nenhuma luz, sem nenhum brilho. Nada que provocasse clarões no céu. Os foguetes especiais a serem adquiridos teriam somente som. Cada parte abriria mão de uma parte.

Conversa e mais conversa e um dos membros da comissão reivindicante pediu a opinião e ajuda a um dos membros da câmara conhecido pelas suas atividades em defesa dos animais. 

O vereador em questão se viu em momentânea saia justa, uma vez que, mesmo amante dos animais, havia se tornado aliado do chefe administrativo apaixonado pelo barulho provocado pelos foguetes.

Momentânea "saia justa", uma vez que edil havia previsto uma solução. Simples por sinal.

A administração forneceria, para uso com posterior devolução, para todos os cães cadastrados, um protetor de ouvidos. Claro, sem nenhum ônus.

A sugestão foi aprovada e constou de uma Emenda Parlamentar.

Como diziam na Boa Vista, é claro, a solução agradou a gregos e goianos.

Viver é Perigoso     

Um comentário:

Anônimo disse...

Bonita crônica do absurdo zelador. A coisa é séria. Tramita na Câmara Federal o PL 6881
/2017 que proíbe os fogos de artifício com ruído. Se for do de um deputado do MDB talvez
o chefe do edil faça gestões para sua retirada.
Cadela da PRF morre de parada cardíaca durante fogos por título do Flamengo... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/11/25/cadela-da-prf-morre-de-parada-cardiaca-durante-fogos-por-titulo-do-flamengo.htm?cmpid=copiaecola