Scoundrel, sinvergüenza, farabutto, scélérat, Schurke e na língua pátria, Canalha !
O tratamento mais light ouvido dos políticos e até altos magistrados, nos dias de hoje, voltou ser o velho "canalha".
Dizia o Millôr Fernandes que os grandes canalhas não só ficam ricos e poderosos, mas são eles que tiram a monotonia da vida, praticando grandes roubos e tramas sinistras na política. Para mostrar o charme pelo canalha basta dizer que uma das primeiras coisas que um turista faz ao chegar a Chicago é visitar o Museu Al Capone.
Mais duro foi o Nelson Rodrigues que disse: "No Brasil, quem não é na canalha na véspera é canalha no dia seguinte."
Em outros tempos, na Boa Vista, é claro, era usado reservadamente e em tom de murmúrio, para referir ao sujeito que tinha abandonado a mulher é filhos. Era forte. Fiquei com a ideia que canalha era sujeito bem arrumado, brilhantina nos cablo, ternos de linho com lenço no bolsinho e sapatos 2x1 (duas cores), perfume lancaster, gostava de dançar em clubes e jogador de baralho.
Apenas cochichando, confesso que ainda menino, de longe, admirava o Ariovaldo. Era um senhor canalha.
Hoje, de tanto ser repetido em horário nobre "canalha" perdeu a força. O enfraquecimento do insulto perdeu muito da sua gravidade, uma vez que no meio político brasileiro, o canalha de hoje pode ser um aliado amanhã, ou vice-versa.
Lembrando apenas, nesses estranhos tempos de empoderamento desenfreado dos cães, que a origem do "canalha" vem do latim "canis", ou seja, bando de cães, que nesse contexto, certamente estão sendo injustiçados.
Viver é Perigoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário