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sábado, 22 de junho de 2019

MENINOS, EU VI !


Oficialmente, 183.340 pagantes. Mais eu: 183.341.

Recorde de público em estádios do planeta. Nunca mais acontecerá, pois os estádios diminuíram de tamanho. Quer dizer, de capacidade.

Aconteceu no dia 31 de agosto de 1969. Eliminatórias da Copa do Mundo e o Brasil ganhou do Paraguai por 1x0. Gol do Pelé.

Fomos para o Rio de Janeiro no sábado de manhã na Kombi cedida pelo meu pai. O jogo seria no domingo. Sem lugar para dormir e quase sem grana para beber e comer. Rachamos as despesas com gasolina e viajamos (eu no volante) e mais onze colegas da Escola de Engenharia.

Exceto para o motorista: um garrafão de pinga especial e pães recheados com linguiça feitos pela, querida por todos, Dona Liquita Arruda. Os pães acabaram na entrada da Rodovia Presidente Dutra. A cachaça terminou à noite na Praia de Copacaba, onde nos hospedamos revezando na Kombi e na areia.

Adquirimos os ingressos (arquibancada), diretamente nas bilheterias do Maracanã, no início da tarde do sábado. Investi todo o meu capital comprando 5 unidades. As 4 que sobraram foram vendidas (a la cambista) no domingo, com quase 1.000% de lucro.

Entramos no estádio ao meio-dia para assistir uma partida marcada para às 17 horas, sem permissão para ir até o bar e muito menos ao banheiro, sob sério risco de perder o lugar.

Inesquecível. 

Marcante: No domingo pela manhã, ainda em Copacabana, consegui comprar em uma banca o exemplar do procuradíssimo "O Pasquim", semanário lançado em 29/6/1969 e que dificilmente conseguia chegar em Itajubá. Adquiri, por NCr% 0,50 (cruzeiro novo) o nº 10, com uma deliciosa entrevista com a atriz Norma Benguell.

Na capa do jornal um lema que nos acompanhou por um bom tempo: "Somos contra tudo o que a gente pode ser contra"

Viver é Perigoso         

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