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segunda-feira, 11 de junho de 2018

JUDEU ERRANTE


Não estou fazendo a defesa de Dilma e sou daqueles que não consideram o impeachment um golpe contra a legalidade constitucional, mas não por isso deixo de sentir certa inquietude ao ver a ex-presidenta vagando como um judeu errante sem que os seus colegas de partido encontrem um lugar para colocá-la. Para que serviu então tanto barulho, tantas lágrimas, tantos anátemas e tanta dramaticidade com sua saída, cujo fruto foi, em boa parte, a quebra da confiança do país na política?

Sabe-se que a política não abunda em fidelidades e que, como diz o ditado, “rei morto, rei posto”. Essa dura realidade humana não perdoa nem mesmo as figuras que um dia foram exaltadas com paixão. E aquela solidão de que Dilma sofre hoje, cuja saída do cargo criou grande parte do terremoto político em que hoje o país está envolvido, poderia amanhã ser sentida por Lula em sua carne. Um velho amigo jornalista espanhol me diz: “Juan, a política é assim, cruel. Não se iluda. Sobe aquele que melhor sabe empurrar e o que melhor sabe cavalgar por cima dos caídos”.

Juan Arias - El País

Viver é Perigoso

PESQUISA

Viver é Perigoso

QUE MUDANÇA É ESSA ?


Pesquisas têm dado conta que o povo quer mudanças na política. Alguns chegam a afirmar que o povo exige mudanças.

Pois bem: Talvez a grande maioria dos brasileiros ande acreditando na mudança de comportamento, de caráter, do jeito de ser de veteranos que estão engravatados desde do governo Collor e alguns desde o governo militar.

Aí estão citados na pesquisa, para cargos no Executivo, Ciro, Marina, Alkimim, Pimentel, Anastasia, Calheiros, o próprio Collor, Garotinho, Paes e até o próprio presidiário Lula. 

Para o legislativo se apresentam as mesmas e antigas figurinhas carimbadas. Mais do mesmíssimo.

Como diziam na Boa Vista, é claro, "burro velho não pega marcha". No caso, a idade não significa quase nada, mas velhos na maneira de sobreviver na política onde prevalece a conversa fiada, o jogo de interesses, o profissionalismo, a troca de favores e de emendas. Políticos lustrosos, gordos e perfumados.

Serão todos reeleitos e a partir do dia 1º de janeiro de 2019 já estarão em campo buscando a re-re-re-re-eleição em 2022.

Estamos definitivamente lascados.

Viver é Perigoso