Estudantes da Universidade Federal de Itajubá do campus de Itabira mantêm a mobilização mesmo com todo aparato repressivo e as tentativas de intimidação. Como exemplo, eles citam o caso de uma mensagem enviada aos alunos por e-mail, recomendando uma série de procedimentos que devem ser evitados pelos servidores nas redes sociais e em manifestações públicas.
“Se é uma norma de conduta para os servidores, por que então foi enviada para todos os alunos?”, questiona um estudante do coletivo Democratiza Unifei.
“Vamos lembrar o aniversário de dez anos do campus de Itabira, ocorrido no dia 22 deste mês e que passou em ‘branco’ pela diretoria, assim como reforçar o nosso protesto pela ausência de democracia”, adianta.Segundo ele, essas tentativas de intimidar o movimento estudantil acabam por virar uma “bola de neve”. Tanto é que para esta quarta-feira (25), às 12h, eles prometem realizar mais um ato público no espaço do coletivo 4ª Arte.
“Quanto mais o reitor se nega a tratar do assunto diretamente com os alunos, explicando a sua decisão contrária à vontade da maioria, mais ele fortalece o nosso movimento”, considera.
“A conversa que vazou foi que reitor teria dito não ter nomeado o professor Gilberto Cuzzuol (primeiro colocado na consulta pública) por ele ter feito campanha contra a sua eleição. Foi, portanto, uma escolha política e de retaliação. Desde que houve a democratização do país, pela primeira vez a reitoria deixa de acatar a vontade da maioria expressa em uma consulta pública”, protesta o estudante.Uma manifestação conjunta das representações estudantis de Itabira e de Itajubá ocorreu em frente às respectivas salas onde acontecia uma reunião do Conselho Universitário (Consuni), com participação de representantes dos campus das duas cidades.
Em reunião com os professores José Eugênio Lopes de Almeida e Élcio Franklin Arruda, nomeados pela reitoria para os cargos de diretor e vice-diretor do campus de Itabira, os representantes dos estudantes disseram que nada há contra eles pessoalmente.“O que ele nos disse para justificar a nomeação foi que os professores nomeados estão mais afinados com a política da reitoria, o que facilita a boa administração do campus de Itabira, por haver mais sintonia. Mas isso não nos convence”, assegura o estudante.
Asseguraram que os protestos irão continuar pela falta de democracia na Unifei. “Nos foi dito que estamos desrespeitando o professor Eugênio, o que não é verdade. Estão querendo desvirtuar a nossa luta, que é pelo retorno da democracia em nosso campus, o que havia anteriormente.”
(deu no viladeutopia)
Blog: Sei não...mas voltando aos meus tempos de aluno, o que aconteceu no período mais crítico e repressivo da nossa história moderna (1969/1973), no auge do AI-5 (instituÍdo em dezembro/1968), imagino que teria a mesma reação dos colegas de Itabira. O tempo passou e mudanças aconteceram, embora muitos ainda não tenham dado conta.
Os ares dentro de uma Universidade têm que ser de liberdade, de diálogo, e logicamente com respeito entre dirigentes, professores, funcionários e alunos.
Viver é Perigoso