Rosa e o marido Elpídio, sindicalistas e esquerdistas de carteirinhas assinadas, chegaram cedo no Sambódromo para assistir o desfile de 7 de setembro. Não que acreditavam que o País estava independente há mais de 190 anos. Repetiam que isso ainda irá acontecer, quando da revolução do proletariado, mesmo sem saber direito o que queria dizer isso.
Alegres, felizes, destoavam dos demais assistentes por um pequeno detalhe: Portavam singelas bandeirinhas vermelhas. Mas tudo bem.
A meninada do Grupo Escolar estava afiada na marcha. Passos firmes, ordenados e decididos. Afinal, foi mais de mês de treinamento com instruções passadas por um gentil PM cedido pela corporação.
Passa a garbosa fanfarra com o sol a pino. Seguindo-a, aproxima-se o pelotão de elite da escola. Escolhidos a dedo, pelo porte físico e pelas boas notas, muito embora, uma coisa não tem nada a ver com a outra.
De arrepiar o bonito som vindo dos tênis chocando contra o asfalto.
Foi quando a Rosa emocionada cochichou no ouvido do lacrimoso e emocionado Elpídio:
Mô...repare que o nosso Inacinho é o único que está com o passo certo.
É a vida...
Viver é Perigoso
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