A carta abaixo foi publicada no jornal "O Sul de Minas" no final de 1998, portanto há 20 anos e continua valendo. Feliz é aquele pode dizer: Publiquem o que escrevi ou repitam o que falei.
Mudar de opinião é normal e bem fundamentada é um ato de coragem. Não copiem FHC que disse: esqueçam o que escrevi, bem como Lula: Esqueçam o que eu disse.
Itajubá, 16 de dezembro de 1998
Regilena Carvalho,
Um enorme sentimento de não ter feito o que devia, assolou-me na tarde do último sábado quando lia o nosso "O Sul de Minas".
Não bastasse o texto simples e cortante, as fotos do Lúcio e do Jayme nos chamaram à responsabilidade e questionaram o nosso comportamento no difícil 1968.
Parcialmente alienados pelo ano do vestibular, ainda assim estaríamos mentindo se disséssemos não saber o que se passava. Tinhamos informações sobre a luta armada e vagamente sobre os porões da ditadura.
Naquele período negro da nossa história, muitos outros agiram de forma diferente. Alguns pegaram as armas, outros se manifestaram timidamente nas tribunas e outros como nós, acanhadamente nas mesas dos bares, bancos de jardim e na segurança das repúblicas.
Mas certamente, ninguém com tanta coragem e tanto desprendimento como os Petit, dotados de espírito rebelde, constante ânsia pela liberdade e sede de justiça social pelos quais também gostaríamos de ter sido possuídos.
Viver é Perigoso
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