Severino Pinto, o maior repentista de todos os tempos na história das cantorias do Brasil, era alvo das atenções. Em determinado instante , foi ao banheiro.
Voltou, e percebi que estava com a braguilha aberta, inteiramente desabotoada. Brinquei com ele, ao acusar seu desleixo com o xará. Respondeu na hora:
- Logo se vê paulista não entende nada de Nordeste. Aqui, seu doutor, casa que tem defunto não fecha a porta.
Severino era um repentista fantástico. Um dia na cidade dele, o prefeito e os vereadores foram comunicar-lhe que haviam dado seu nome a uma das principais ruas da cidade.
- Uma rua ? Agradeço muito, mas não precisava tanto. Bastava uma casa no meu nome.
Um dia ele pelejava com um violeiro mais jovem, e ambos glosavam as costumeiras vantagens. Seu adversidade atreveu-se:
"Isso foi quando era homem,
Quando você era macho;
Mas surgiu alguém mais novo,
Cortou o produto por baixo,
Jogou no meio da rua,
E o gato comeu o cacho."
Severino bateu a viola e respondeu:
"Ofendido agora me acho
Por violeiro mau e bruto.
É verdade, ainda me lembro
Quando perdi o produto:
Sua mãe ficou tão triste
Que até hoje está de luto.
Viver é Perigoso
Um comentário:
Viva o Severino e os milhares de repentistas do Brasil.
Escondidinho, aqui num canto: até que o Saulo "deixa comigo" Ramos não fazia só maldades...
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