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domingo, 18 de março de 2018

AMIGO É PARA ESSAS COISAS


Estive na casa do Marcos Carvalho. Visita extremamente prazerosa. O cara conversa, ouve com paciência as nossas conversas e como um médico, no final da consulta, receita livros. Sem o menor ciúme vai até a sua aconchegante biblioteca, separa alguns exemplares e, praticamente, impõe a leitura dos mesmos.

Como estou razoavelmente lido, a mim foram receitados cinco volumes. Dois deles foram lidos de sopetão: "Já podeis da pátria filhos", do João Ubaldo Ribeiro, que não sei como não tinha lido até hoje e "Paris é uma festa", do Ernest Hemingway. No caso, tratou-se de uma releitura.

Impressionante como, passado tempos, a gente vê o livro de outra maneira. Quem não aprecia o Hemingway ? Que por sinal, dizem, é o autor do conto mais curto da história: "Vende-se sapatinhos de bebê, sem uso".

Ainda sobre Hemingway: Quando morava em Cuba, teve um caso com a bela atriz Ava Gardner. Ela foi visitá-lo e nadou nua na sua piscina. Ernest recomendou aos seus funcionários que jamais trocassem a água.

Paris foi uma festa na década de 20. Hemingway descrevendo as ruas, os bares, as comidas, vinhos e sua contando sobre suas conversas Gertrude Stein, Picasso, James Joyce, Ezra Pound e Scott Fitzgerald e Zelda.

Dez anos atrás, tive a oportunidade de tentar fazer as rotas de Hemingway. Uma semana caminhando pelas ruas, pelos cafés (quase todos ainda existem), pelas livrarias e pelas margens do Sena.

Hemingway não deixa deixa quase nada para a gente imaginar. Descreve tudo, o lugar e o momento com poucas e certeiras frases.

No início do mês voltarei ao médico, ou melhor, à biblioteca do Dr. Marcos Carvalho. Lendo, "A Pedra do Reino", do Ariano Suassuna, "As cinzas de Angela", do Frank McCourt e consultando "Um filme por dia", do Antonio Muniz Bandeira, organizado pelo Ruy Castro.

O Dr. Marcos atende pelo SUS, quer dizer, empresta livros.

Viver é Perigoso  
   

6 comentários:

wartão disse...

Zé, dizem(não sei se é verdade) que perguntaram um dia ao Ernest Hemingway, quando ele morava em Cuba, porque ele estava sempre rindo e feliz. Sua resposta: porque eu estou sempre com 3 "mojitos" à frente de todos. Começo logo quando levanto da cama.

Edson Riera disse...

Wartão -

Parece que é verdade sim, inclusive lembram-se dele também como "O Velho e o Bar".

Abraço

marcos antonio de carvalho disse...


Como todo leitor, prazer maior não há que conversar com confrades que tenham a mesma preferência
O bom do negocio é:
1. Encontrar bípedes que ainda gostam de ler;
2. Que tais bípedes compartilhem as gentilezas do SUS literário mencionado no "post; às vezes a estendem a membros da familia do beneficiado;
3. As preferências são tão variadas quanto fartamente coincidentes, desrespeitando qualquer"index prohibitorum" (a sobra ou falta de um "h" não inclinará nadica de nada mais o eixo da terra)
4.

marcos antonio de carvalho disse...


PS: Não bebemos ainda os mojitos da Bodeguita?
Tivéssemos a oportunidade e a licença do Temer, bebêmo-los-íamos???
Fica a dúvida.
De qualquer modo, grande Ernesto...

Edson Riera disse...

Marcos -

Um abraço e grato.

Zé lador

Edson Riera disse...

Grande Ernesto -

Respeitarei sempre o relacionamento próximo de vocês acontecido no passado.

Zé lador